01-06-2023
Ep 5 - Agora é a hora das gurias nas "techs", com Cenira Verona
Levantamento de 2021 feito pelo Fórum Econômico Mundial apurou que, no ritmo atual em que estamos, vão ser necessários 132 anos para que a gente atinja a paridade completa entre homens e mulheres. Quando a gente fala em presença feminina na liderança de empresas, seguimos em desvantagem. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019, apenas 37,4% dos cargos gerenciais eram ocupados por mulheres. E quando o foco é a nossa presença em empresas de tecnologia, bom, aí esse índice fica ainda menor: somos 12,7% dos profissionais. E eu não estou falando em cargos de liderança, não! Só que além de sermos mais da metade da população mundial, nós mulheres também somos maioria nos bancos escolares, no entanto, seguimos direcionando nossas carreiras para as áreas da economia do cuidado, como educação, saúde e ciências sociais, enquanto os homens seguem sendo os donos do campinho nas tecnologias e nas engenharias. Especialistas dizem que um dos motivos para esse comportamento é que a empregabilidade dos homens é maior que a das mulheres. Entra aí uma penalização velada pela possibilidade da mulher também acumular a função de mãe e, por isso, ter menos tempo disponível para dedicar à carreira.
Mas esse jogo de recortes de gênero vem virando, porque a presença feminina à frente dos negócios tem se mostrado mais vantajosa inclusive economicamente. A Organização Internacional do Trabalho, por exemplo, indica que 74% das empresas que monitoram o impacto da diversidade de gênero na liderança reportam crescimento de 5% a 20% nos lucros.
E como faz pra gente continuar abrindo espaços, quebrando padrões, mesmo diante da falta de programas efetivos de equidade de gênero nas empresas? A gente precisa de representatividade, enxergar mulheres em lugares que julgamos impossíveis de alcançar, incentivar as nossas meninas desde cedo a acreditarem no seu potencial e, claro, seguir batalhando por equiparação salarial, já que ainda ganhamos 77% do salário que os homens recebem.
Já que são os exemplos que nos motivam a ocupar lugares onde ainda somos minoria, eu trouxe pra este episódio do podcast Roberta Comunica uma mulher que inspira muito e que costuma ser uma das poucas gurias no meio de um monte de barbados. É a Cenira Verona, graduada em Química, doutoranda em Engenharia de Produção e Gestão da Inovação, sabe muito sobre ESG, ecossistema de startups e manufatura aditiva. É CEO da Salt Assessoria em Gestão Tecnológica e Agenciamento. Bora entender essas siglas todas e inspirar outras gurias a desbravar o mercado de inovação?
Esta temporada é apresentada pela Bonneterie, com apoio de Cris Casagrande Finanças e Negócios.
Produção, roteiro, apresentação e ideia original Roberta Pschichholz | Edição Eduardo Medeiros | Identidade visual Camila Costa | Music by Lesfm from Pixabay