Macuxicast

Luiz Valério

Um podcast dedicado a discutir a cultura, a música, a literatura, as artes e o jeito de vivem de que vive na Amazônia brasileira. Feito pelos jornalistas Edgar Borges, Luiz Valério e a poeta Zanny Adayralba, gente que vive na Amazônia, exatamente em Roraima, no Extremo Norte do Brasil.

...........................

Macuxi é a denominação étnica de um dos povos originários da América do Sul, mais precisamente situado na região circum-Roraima, cujo ponto “zero” é o Monte Roraima. Macuxi é também uma espécie de sinônimo para roraimense, aquele(a) que nasce em Roraima. read less
NotíciasNotícias

Episódios

Reginaldo Gomes: Roraima está encravada no coração da Ilha das Guianas
09-07-2021
Reginaldo Gomes: Roraima está encravada no coração da Ilha das Guianas
Você sabia que Roraima fica dentro de uma ilha? Já havia parado para pensar nisso ou nunca cogitou essa possibilidade? Pois é. Roraima faz parte da Ilha das Guianas, um complexo geológico encravado na América do Sul e que, nos anos de colonização, durante o Brasil Império, foi alvo de cobiça por suas riquezas e serviu de cenário para conflitos entre indígenas, europeus, mercenários e piratas. Parece coisa da franquia de filmes “Piratas do Caribe”, mas não é. E quem sustentou e provou a tese de Roraima como parte integrante da Ilha das Guianas foi o professor-doutor Reginaldo Gomes, da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Ele é o nosso entrevistado deste episódio do podcast de cultura, Macuxicast.Reginaldo Gomes é autor, dentre outros, de quatro livros que evidenciam a sua expertise de professor/pesquisador/investigador na área da História da Amazônia. As obras foram lançadas recentemente e são um achado para quem quer saber mais sobre a história de Roraima, enfim, para quem busca entendimento amplo sobre o que vem a ser Ilha das Guiana e a Amazônia Caribenha. Neste episódio do Macuxicast, nós conversamos sobre o processo de construção dessas obras, quais sejam: Amazônia Caribenha - Memória e História - O trajeto e o desdobramento em outras narrativas históricas de uma família nordestina para Roraima; Amazônia Caribenha - Processos históricos e os desdobramentos socioculturais e geopolíticos da ilha das Guiana; Projeto Kuwai Kîrî - A experiência amazônica dos índios urbanos de Boa Vista; e, por fim, Fazenda e Trabalho na Amazônia - O caso Berbice (1726-1736), do qual foi organizador.Autoridade em história da Amazônia e de Roraima, o professor Reginaldo Gomes tem viajado o mundo nos últimos anos, garimpando documentos que comprovem e fundamentem sua tese. E, como bom investigador acadêmico, ele percorreu universidades da Guyana ao Suriname, de Roraima à Holanda e, assim, conseguiu reunir documentos históricos e cartográficos que comprovaram a sua tese. Sua empreitada foi exitosa. Gomes conseguiu mudar a cartografia deste pedaço da América do Sul e, assim, fez inserir no mapa o traçado da Ilha das Guianas, da qual Roraima faz parte, com toda sua exuberância e herança histórica, e a marca das influências da cultura caribenha.Os países Guiana e Suriname ficam no centro da Ilha das Guianas, território único que compõe maior ilha marítifluvial do planeta. Isso significa que a Ilha das Guianas é, ao mesmo tempo, atlântica, caribenha e amazônica, tendo como principais demarcações os dois principais rios do norte da América do Sul, o Amazonas e o Orinoco, e interconexão natural entre eles pelo canal Cassiquiare e o rio Negro. Já sua parte setentrional é dividida meio pelo rio Essequibo. Além de Suriname e Guiana, esse território é compartilhado, aqui no Brasil, pelo estados de Amapá, Roraima e a calha norte do Amazonas de todo o estado do Pará e do Amazonas e também pela Venezuela – passando pelos estados de Delta Amacuro, Bolívar e Amazonas – além da França (Surimane).A Ilha das Guianas tem uma área total de 1,7 milhão de km² e quase sete milhões de habitantes, considerando a localidades limítrofes, com cidades industriais como Manaus, Puerto Ordaz e Linden, além de polos regionais como Boa Vista, Macapá, Caiena, Puerto Ayacucho e São Gabriel da Cachoeira. (Informações da revista Carta Capital)--- Send in a voice message: https://anchor.fm/macuxicast/message
Confissões literárias de um ex-seminarista. Conheçam Francisco Alves
29-01-2021
Confissões literárias de um ex-seminarista. Conheçam Francisco Alves
Negro. Pobre. Filho de mãe faxineira e pai garimpeiro. Fruto da periferia. A história de vida do escritor roraimense Francisco Alves é comum a milhares de outros jovens igualmente pretos, pobre e periféricos. Pessoas olhadas com desdém pela sociedade de pele clara. Mas, no caso do nosso entrevistado, ele se apossou de todos esses elementos que o construíram enquanto sujeito e transformou tudo no combustível da sua escrita. E que escrita.Vítima de assédio no seminário, onde estudava para ser padre, Francisco se desiludiu com a busca religiosa e decidiu viver tudo, intensamente. Uma acusação de roubo logo que entrou na universidade para cursar Letras mostrou-lhe mais um pouco da aspereza e dureza do mundo. Os olhares enviesados para o seu cabelo crespo, sua pele escura, seus lábios grossos não passavam despercebidos. Mas ele não se vitimou. Ele reagiu. Reagiu escrevendo. Reage até hoje. E, então, nos brinda com obras vigorosas, que falam muito da nossa brasilidade cheia de nuances, que tenta esconder um racismo sempre latente debaixo do tapete.Francisco Alves é desses escritores prolíficos, que passeiam por gêneros diversos como o conto, o romance e a poesia com a facilidade de quem troca de roupa. Vai da prosa para o verso com muita elegância e profundidade. É sempre visceral. Diz coisas que só quem vivem o que ele viveu pode dizer. Ele se diz um escritor barroco, que prosa densa.Nesta conversa com o Macuxicast, Francisco também fala sobre seu web programa no Youtube, onde fala da arte de escrever e entrevista escritores. É versátil como só ele sabe ser.Aperta o play e confere a nossa conversa com Francisco Alves--- Send in a voice message: https://anchor.fm/macuxicast/message