Prelo

Tiago Novaes

Prelo apresenta os recursos e reflexões para que escritores possam construir uma disciplina autoral, escrever o seu livro e publicar da melhor maneira possível. Se você nutre o desejo de escrever uma obra de ficção ou não-ficção: um romance, um livro de contos, uma peça de jornalismo literário, um ensaio, uma saga distópica, a narrativa de uma viagem, uma obra infantojuvenil ou um projeto autoficcional – ou se já publicou uma obra e gostaria de sanar as lacunas de sua formação –, você está no lugar certo. Prelo é um podcast quinzenal com o escritor e professor de criação literária Tiago Novaes, autor de uma variedade de livros, finalista dos maiores prêmios literários e vencedor de uma série de bolsas de criação. Combinando entrevistas com grandes escritores, editores e críticos, reflexões pessoais, leituras e experiências concretas na literatura, Prelo oferece os caminhos para que você possa vencer as bolhas do mercado editorial, compreender os segredos da Escrita Criativa e construir o seu projeto ficcional – da ideia original à publicação, da inspiração ao cotidiano de um escritor em tempo integral. Clique agora no botão de inscrição e assuma o seu desejo de tornar-se uma escritora ou escritor. read less
ArtesArtes

Episódios

Amar o Processo: Como aprender a conviver com as coisas difíceis e crescer de verdade em qualquer coisa que você quiser
19-12-2024
Amar o Processo: Como aprender a conviver com as coisas difíceis e crescer de verdade em qualquer coisa que você quiser
#108 – Um artigo recente da revista “The Atlantic” joga luz sobre um dado alarmante: alunos de universidades de ponta não conseguem mais terminar um livro. Cinco anos atrás, um professor podia indicar cinco obras ou mais a seus alunos em um semestre. Hoje, eles não conseguem terminar um.No Brasil não é diferente.As telas estão comendo o nosso cérebro. Faculdades básicas de compreensão, riqueza de vocabulário e interpretação de texto estão sendo minados. Ironia, empatia, ambiguidade, tudo está indo pelo ralo. Mas há algo mais grave que subjaz a essa tendência.As pessoas querem aprender sem passar pela leitura de um livro porque se difunde em toda parte uma cultura da conveniência total. A promessa dos ganhos fáceis. A expectativa de uma vida feita apenas de euforia e clímax. Um tempo que valoriza a relação passiva com as coisas, onde tudo deveria estar pronto e à nossa disposição. É onde se encontram as criptomoedas, os sites de apostas, o frenesi especulativo dos mercados e a recusa ao envelhecimento. E é por isso, também, que estamos deprimidos, distraídos e ansiosos. As pessoas não suportam mais o processo. Não deveria nos espantar. Em nenhum lugar você vai encontrar repertórios simbólicos do prazer profundo, calmo e dilatado do aprendizado. As pessoas se condicionaram às recompensas como motivação única do esforço. Desde criança, estudamos para passar na prova. Passamos na prova para entrar na universidade. Nos graduamos para comprar um carro, uma casa. Conquistamos o mundo para sermos amados e invejados.Mas como é dominar a fundo uma habilidade?Na escrita, como em qualquer outro caminho de maestria, a curva do aprendizado não é uma curva ascendente e uniforme. Depois de um processo de aprendizado profundo, é comum que enfrentemos um platô, um momento de prática prolongada sem recompensas aparentes. É aí que reside o segredo do crescimento verdadeiro. Precisamos aprender a superar os platôs. E para superá-los, precisamos saber permanecer neles. Se você quer dominar algum ofício, saber mais sobre no que consiste uma curva real de aprendizado, escute o novo episódio do Prelo para continuar aprendendo E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo.Quer escrever um romance? Você precisa participar!Clique no link para garantir a sua vaga:https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo
Uma inteligência insuficiente
14-11-2024
Uma inteligência insuficiente
#106 – Me chamou a atenção, desde que estudei para escrever o meu livro mais recente, Baleias no Deserto: o corpo, o clima, a cura pela terra, a discrepância enorme entre a sofisticação do nosso conhecimento filosófico, científico e social sobre a era de extinção em massa em que vivemos e o modo como um grande público, o eleitor e o político tratam desse assunto.Isso diz respeito a tudo, e é um grande desafio no ensino e na literatura.Me parece que estamos falando de espaços afetivos e discursivos completamente diferentes e que se comunicam muito pouco.Se o mundo fosse uma escola, é como se estivessem tocando fogo nas carteiras enquanto estamos discutindo a ordem dos parágrafos de um panfleto sobre a cultura de paz.Não estamos à altura desse desafio. Não estamos à altura do nosso tempo.Não é à toa que estejamos pensando tanto a ideia de inteligência. Vieses cognitivos, inteligência das espécies e inteligência artificial.Você já reparou como estamos falando em inteligência na última década?Ao que parece, estamos buscando fora a inteligência que supostamente falta à nossa espécie.O que está acontecendo que, na era da comunicação, nunca estivemos tão embotados e tão divididos? E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo.Quer escrever um romance? Você precisa participar!Clique no link para garantir a sua vaga:https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo
Saber não-chegar: uma conversa entre Miró e João Cabral
17-10-2024
Saber não-chegar: uma conversa entre Miró e João Cabral
#104 – O poeta e diplomata pernambucano João Cabral de Melo Neto não tinha trinta anos quando foi enviado para trabalhar no consulado brasileiro em Barcelona. Foram quatro anos férteis de sua carreira, não no sentido literário – afinal, Cabral sentia dificuldade de escrever poesia –  mas em relação às amizades que cultivou, ao que aprendeu naquele tempo. Uma das amizades decisivas foi com o pintor catalão Joan Miró. Entre 1947 e 1950, os artistas se encontraram de modo regular. Franco havia vencido, e a pintura de Miró era mais conhecida fora da Espanha do que entre seus conterrâneos. Mas Cabral tinha contato direto com ela. Encontravam-se semanalmente durante longos períodos. E foi naquele momento, tendo acesso direto à sua produção, que o poeta resolveu escrever um ensaio sobre a pintura selvagem do amigo. O processo não foi nada fácil. Cabral sofreu naquele ensaio. Abandonou e retomou o projeto algumas vezes. Escreveria a Lêdo Ivo em 1948:"Ando nervoso, paulificado. Estou escrevendo um pequeno ensaio de 100 páginas sobre o pintor Miró e isso me tem trazido na ponta dos nervos. Como é pesado escrever!"O ensaio, enfim, terminou. E o que se veria ali era nada menos do que um programa poético, em defesa da liberdade da criação, e de uma "atitude de vigilância e lucidez no fazer", avesso ao "espontâneo e ao acadêmico". A lição de Miró – a lição de Cabral – é essencial, e é sobre ela que me debruço no novo episódio de Prelo. E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo.Quer escrever um romance? Você precisa participar!Clique no link para garantir a sua vaga:https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo
A Conversa entre os Livros
19-09-2024
A Conversa entre os Livros
#102 – Em julho passado, durante o recesso de Prelo, viajei em lua-de-mel.Foi um livro que escolheu o destino da nossa viagem. O que vivemos, dentre muitas outras coisas, foram as entrelinhas deste livro. A viagem foi uma experiência literária.O livro remeteu a outro, e a outro. E este fio entre leituras, esta conversa entre os livros, foi conduzida pela batuta da leitura, movida por um pathos específico deste leitor.Podemos ler livros ditados por interesses acadêmicos/profissionais.Podemos deixar que a pauta do mercado, das promoções, da internet nos leve de um lado a outro.Ou podemos fazer da leitura uma pesquisa para a escrita.Podemos fazer do diálogo com os livros uma espécie de autoanálise.É o que eu chamo de biobibliosofia. Ou de bibliobiografia. Conceitos-jogos de uma filosofia da proximidade, um diálogo com o mundo mediado pelas páginas, um tensionamento da vida para uma curiosidade íntima.Neste novo episódio de Prelo, desenvolvo esta descrição, e trago um estudo de caso que liga leituras de estilos tão díspares como Fitzgerald, Annie Ernaux, Édouard Louis e Didier Eribon.Obras mencionadas:Suave é a noite, de F. Scott FitzgeraldA Viagem dos Livros com Richard E. Grant (série documental)O grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald A casa de barcos, de John FosseAs primas, de Aurora VenturiniForo de Teresina, da revista piauí (podcast)Mudar: método, de Édouard LouisLutas e metamorfoses de uma mulher, de Édouard LouisQuem matou meu pai, de Édouard LouisOs anos, de Annie ErnauxRetorno a Reims, de Didier EribonInscreva-se no canal:https://escritacriativa.net.br/ E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo.Quer escrever um romance? Você precisa participar!Clique no link para garantir a sua vaga:https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo
Jogar com as expectativas – Uma conversa com Bia Nunes de Sousa
05-09-2024
Jogar com as expectativas – Uma conversa com Bia Nunes de Sousa
#101 – No episódio de hoje, converso com a Bia Nunes de Sousa, editora da Vestígio, que publica grandes obras como Nação Dopamina, Talvez Você Deva Conversar com Alguém e Foco Roubado, dentro tantas outras.Nesta conversa, falamos sobre uma publicação recente da casa, O lado bom das expectativas, do jornalista da BBC David Robson, um livro que conversa muito com o ofício da escrita, porque investiga o efeito que nossas expectativas exercem sobre o resultado de um trabalho. Vamos discorrer sobre:a. O que é efeito placebo e nocebo na alimentação, controle de stress e força de vontade, e como você pode fazer para operar segundo estes conhecimentos para escrever mais e melhor; b. Os efeitos fisiológicos – mensuráveis, portanto –, causados pela ideia que fazemos das coisas. De como doenças imaginárias podem ser tão mortíferas quanto as verdadeiras;c. Dicas e orientações para você que pretende enveredar pela não-ficção e escrever uma obra de divulgação científica. O que há em comum entre as obras bem sucedidas do gênero, e o que você pode aprender com elas. Bia Nunes de Sousa é editora, tradutora e produtora de conteúdo com mais de 20 anos de experiência. Atualmente trabalha na Editora Vestígio, do Grupo Autêntica, onde é responsável pela prospecção e produção dos livros de autoconhecimento e divulgação científica. É formada em Direito pela PUC-SP, com especializações em Língua Portuguesa e Literatura pela Unip e Gastronomia, História e Cultura pelo Senac-SP.Instagram da Bia: @bianunesdesousaE para adquirir o livro O lado bom das expectativas, CLIQUE AQUI.Editora Vestígio é editora de não ficção e ficção do Grupo Autêntica. Instagram: @editoravestigioCatálogo no site, CLICANDO AQUI.   Livros citados:Talvez você deva conversar com alguém, de Lori GottliebA fábrica de cretinos digitais: os perigos das telas para nossas crianças, de Michel DesmurgetNação dopamina: por que o excesso de prazer está nos deixando infelizes e o que podemos fazer para mudar, de Dra. Anna LembkeFoco roubado: os ladrões de atenção da vida moderna, de Johann Hari (ouça o Prelo #083, A atenção em risco)A chave de vidro, de Dashiell HammettFaça-os ler!: Para não criar cretinos digitais, de Michel DesmurgetUm teto todo seu, de Virgínia Woolf (e traduzido por Bia Nunes de Sousa na edição da editora Tordesilhas)​ E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo.Quer escrever um romance? Você precisa participar!Clique no link para garantir a sua vaga:https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo
EPISÓDIO ESPECIAL! – Prelo #100 🔥🔊🫣 – O que aprendi em 20 anos de livros publicados
30-05-2024
EPISÓDIO ESPECIAL! – Prelo #100 🔥🔊🫣 – O que aprendi em 20 anos de livros publicados
#100 – Muita coisa acontece em vinte anos. A juventude chega aos quarenta. O mundo vira do avesso. O colateral ganha destaque. O que foi promessa já não assombra ninguém.Nesses vinte anos e oito livros publicados, tendo coordenado oficinas para milhares de escritores, cheguei a aprender algumas coisinhas. Não estou falando de macetes de escrita, mas de relações humanas, de ethos autoral, de como podemos fazer melhor ou pior uso das oportunidades que nos chegam – a depender de como encaramos as situações. Tem a ver com a confusão muito nefasta entre autoaceitação e autocomplacência; com a arte de habitar certas indefinições, e muito mais. Nesta semana, chegamos ao episódio 100 do Prelo, podcast de escrita e processos de criação. O Prelo surgiu em maio de 2020, em plena pandemia, como um modo de estreitar o meu diálogo com você, de apresentar leituras e debates que demandavam uma conversa mais longa. Neste episódio de número #100, provei algo distinto: fiz um episódio filmado! Você tem a opção de assistir à conversa no YouTube, como num programa de tevê. Ou pode optar pelo formato tradicional no seu tocador preferido. :) Ao fim do encontro, faço uma pergunta, e adoraria que você me dissesse o que pensa. Caso queira assistir à versão em video, clique abaixo!​PRELO #100 – O que aprendi – e o que estou aprendendo – YouTube – Episódio Filmado 🔥🔊🫣  E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo.Quer escrever um romance? Você precisa participar!Clique no link para garantir a sua vaga:https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo
O capítulo final: prazeres da desistência e do ressentimento
16-05-2024
O capítulo final: prazeres da desistência e do ressentimento
#099 – Cá entre nós: por que você não desiste de escrever? De publicar? De ser reconhecido? Reconhecido pelo quê, afinal?Por que você quer tanto assim esse reconhecimento? Quem foi que disse – além de você para si mesmo – que você merece isso ou aquilo? Não seria muito mais fácil não fazer mais nada? Permanecer onde está?Por que tanto esforço? Não seria a desistência um sinal de coragem, de lucidez? Por que o mero fato de falar de desistência representa uma ameaça, um tabu social? Como o alcoólatra que precisa que todos bebam, por que estamos sempre rodeados de mensagens de otimismo e persistência? E por que apesar de não falarmos disso diretamente, estamos sempre indiretamente nos referindo à tentação de desistir?Quando reclamamos do trabalho. Quando reclamamos dos colegas. Quando reclamamos da família. Por que não assumir a tentação da desistência? E por que não assumir esse desejo do não-desejo como um dos nossos prazeres? Será que a insistência, afinal, não é uma forma de masoquismo? E os nossos desejos, por que não seriam eles os nossos tiranos?  E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo.Quer escrever um romance? Você precisa participar!Clique no link para garantir a sua vaga:https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo
A Lentidão como Método: por que você deve começar a escrever devagar
04-04-2024
A Lentidão como Método: por que você deve começar a escrever devagar
#096 – Durante bastante tempo – tempo demais, acredito –, fomos seduzidos por filmes, youtubers e livros de desenvolvimento pessoal a uma cultura da produtividade como sinônimo de felicidade. A ideia central desta cultura consistia na crença de que é possível e necessário desenvolver métodos de comprimir atividades e dilatar o tempo para fazer caber mais – mais trabalho, mais faturamento, mais ambições. A obsessão dos “high achievers” era derivada de uma versão corrompida do já tresloucado fordismo, transferido para os trabalhadores do conhecimento e funcionários de escritório. Na literatura e nos seus irmãos mais mundanos, como o jornalismo e a produção de conteúdo, a moda pegou. A ideia era a de que deveríamos nos forçar a produzir a partir de “sprints” de escrita, de que dava para inventar de modo sequencial e uniforme, de que certos sistemas de organização aumentariam o nosso leitorado. 5000 palavras por hora. Opiniões sobre tudo. Um livro por semestre. Um conteúdo por dia. Nos acostumamos aos reels, aos nuggets, aos drops como modos de transmissão. Tanto o fazer quanto o consumir se atomizaram. É assombroso como essa tendência foi antevista ainda mais cedo, por um outro filósofo, Walter Benjamin, que vai escrever em um dos seus textos clássicos: “Hoje, nada se faz que não possa ser abreviado.”A reação não tardou a chegar e foi generalizada. Crises de burnout e depressão em todas as esferas da sociedade, o abuso de álcool e de opioides, e uma espécie de confirmação pela experiência de que uma quantidade maior de horas trabalhadas não correspondia a um aumento da produtividade. Passamos a estudar as aparências, mais do que as coisas: como “se sair bem” numa entrevista, como criar um perfil. O filme foi substituído pelo trailer. A paixão pelas teorias motivacionais. O livro pelo autor. Já desde antes da pandemia, assistimos a um outro movimento, uma reação ao primeiro. Ele vai afirmar o contrário do que se dizia. Quer mais? Faça menos. Faça melhor. Seja mais inteligente. Pense grande. Ganhe fôlego. Esvazie-se para que algo novo possa surgir. As 50 horas de trabalho semanais são uma armadilha de subserviência e domesticação. Elas nos tornam repetitivos e apáticos. Se as pessoas tivessem mais tempo livre, elas renderiam mais. O único modo de saber para onde estamos indo é parar.   Obras como “A única coisa”, de Gary Keller e Jay Papasan, “Essencialismo”, de Greg McKeown ou “Não Faça Nada: a batalha pela economia da atenção”, de Jenny Odell, defendem isso. O fazer, pura e simplesmente, é uma forma de alienação. Fazer por fazer é uma tolice. Escolha aquilo que merece a sua atenção. Aquilo que você sabe fazer, que é reconhecido e que encontra aí a sua paixão. Há muita coisa interessante a depreender destes livros. Nada melhor que limpar a agenda: eliminar o supérfluo; automatizar (pelo hábito ou pela tecnologia) o recorrente; delegar o que não é seu e que outros fazem melhor do que você. Aplicando certa filosofia e orientação, vai caindo a ficha de que a maioria de nós nunca nos ensinou de fato a trabalhar (planejar, pensar atividades, combiná-las de modo integrado aos nossos ritmos internos).Na escrita, a equivalência é a da escrita lenta. Nas redes, da produção lenta de conteúdo. Ao invés de pílulas, fragmentos, versões repetidas do que se viu por aí, concentre-se na singularidade. Tome o seu tempo. Não tenha pressa. Abandone de vez a comida processada e o conteúdo ultraprocessados das redes. No episódio desta semana de Prelo, fal E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo.Quer escrever um romance? Você precisa participar!Clique no link para garantir a sua vaga:https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo
Autoconfiança e Comunidades Literárias
21-03-2024
Autoconfiança e Comunidades Literárias
#095 – Os dias não nascem iguais. Alguns começam bem e terminam mal. Uns são de festa, outros de ressaca. Tem vezes que a gente acha que conquistou o equilíbrio, até que um pensamento ruim vem roubar o sono, e você passa duas horas para se acalmar e convencer-se de que está tudo bem de novo.O budismo chama isso de doença do pensamento: raiva, desejo, insegurança estão sempre agitando as águas da nossa consciência.É o amanhã que promete algo. É o amanhã que nos ameaça. É a dor na perna. É a mágoa e o remorso. Remordimento, remoer, morder, estas palavras compartilham a mesma origem: como se dentro de nós um roedor estivesse nos comendo vivos. Na era do isolamento digital, perdemos recursos para lidar com estas ondas de humor. Ao que parece, a sociabilidade, por empatia e mímese, nos ensina a lidar com os nossos escrúpulos e neuroses. A alegria do amigo pode atenuar a nossa melancolia. A tristeza do outro ajuda a enxergar as próprias misérias com mais distanciamento. Cultivar a paciência e a curiosidade perante a “outridade” do outro, com suas manias e particularidades, faz de nós criaturas melhores.No episódio desta semana de Prelo, falo da influência sobre o ato criativo de duas forças aparentemente antagônicas: a autonomia e a sociabilidade. Nesses pouco mais de quarenta minutos, vou te mostrar, a partir de experiências e investigações científicas, como que fazer parte de alguma comunidade de autores pode te ajudar a emancipar a sua atividade das oscilações cotidianas. E como cuidar disso que parece exercer tanto efeito sobre como nos apresentamos para o mundo: a confiança em si e no que se faz. E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo.Quer escrever um romance? Você precisa participar!Clique no link para garantir a sua vaga:https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo
Escrita e Humor: formas de jogar; o efeito do bem-estar na escrita; estudos de psicologia positiva; memória e associações livres na criação
07-03-2024
Escrita e Humor: formas de jogar; o efeito do bem-estar na escrita; estudos de psicologia positiva; memória e associações livres na criação
#094 – Existe uma mitologia do intelectual, do criador, do inventor, certamente derivada do deus monoteísta, fundador do céu e da terra, um homem enorme, de barbas brancas, onipotente e onipresente, que pressupõe um sujeito sério, sisudo, mal humorado. É curioso contrapor esta imagem a das pesquisas que têm saído nos últimos anos, e que afirmam: o bom humor estimula a nossa criatividade, o impulso de fazer, a riqueza associativa. Com ânimo (com alma), as palavras se sentem convidadas a participar do jogo, e temos mais disponibilidade de experiências e repertório simbólico.Este episódio discute isso: como fazer frente a esta força inercial do desânimo, da confusão, do sentimento de "para quê", de que nada vale a pena. E quais os recursos temos à disposição para estimular este humor, para tornarmo-nos dispostos e despertos para inventar e sonhar?Inscreva-se no Prelo e no canal! Abaixo, listo as referências bibliográficas utilizadas no livro:Isen, A. M., Daubman, K. A. and Nowicki, G. P. (1987). Positive affect facilitates creative problem solving. Journal of Personality and Social Psychology, 52(6), 1122-1131.Fredrickson, B. L. and Branigan, C. (2005). Positive emotions broaden the scope of attention and thought-action repertoires. Cognition & Emotion, 19(3), 313-332.Lyubomirsky, S., King, L. and Diener, E. (2005). The benefits of frequent positive affect: does happiness lead to success? Psychological Bulletin, 131(6), 803-855.Tegano, D. W., Sawyers, J. K. and Moran, J. D. (1989). Problem-finding and solving in play: the teacher's role. Childhood Education, 66(2), 92-97. Ali Abdaal. Feel Good Productivity: How to Do More of What Matters to You E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo.Quer escrever um romance? Você precisa participar!Clique no link para garantir a sua vaga:https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo
Os 7 Pontos Cegos Mais Comuns ao Começar um Livro – E Como Superá-los
04-01-2024
Os 7 Pontos Cegos Mais Comuns ao Começar um Livro – E Como Superá-los
#090 – O cérebro humano é um verdadeiro milagre. Tessitura de fibras orgânicas, circuito elétrico por onde passam imagens, ideias, pensamentos, memórias visíveis e invisíveis, ele tem também o incrível poder de acobertar aquilo que não podemos ver. Um exemplo fascinante é o do nervo ótico: temos dois pontinhos nos olhos a partir dos quais não conseguimos enxergar, que é por onde passam os nervos óticos. Mas não vemos esses pontinhos! Por quê? O cérebro "edita" a visão, e substitui a mancha, que poderia nos distrair, por uma ilusão de visibilidade. É por isso que o chamamos pontos cegos. Dentre as instâncias psíquicas, o ego faz a mesma coisa. O ego é um dos responsáveis pela nossa autoimagem constante, por sentirmos que somos o tempo todo a mesma pessoa. É também o ego que cuida de nós, que busca a preservação de uma integridade identitária. O ego quer nos ver bem.  Ele acolhe um conceito sempre particular de dignidade, de preservação. Ele quer o melhor para nós.O problema é que para isso, ele incorre em alguns lapsos. É por conta do ego que temos – eu, você, todo mundo – dificuldade de reconhecermos um equívoco.  O ego não admite erros, porque isso fere a integridade subjetiva que construímos com tanto cuidado, e que nos parece tão frágil de vez em quando. Em alguns momentos, isso se torna uma complicação. Na hora de fazer ciência, por exemplo, ou de participar de um debate, ou de lidar com frustrações na vida amorosa. E também quando decidimos escrever um livro.Neste episódio de Prelo, falo sobre os pontos cegos mais comuns de escritores iniciantes – e como superá-los.  E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo.Quer escrever um romance? Você precisa participar!Clique no link para garantir a sua vaga:https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo