Fernando Deddos

A Beleza do Som

10-10-2021 • 1 hora 12 min

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Edição e entrevista:

Ivanildo Jesus

Design:

Kas Hoshi e Victor R. Rodrigues

Fernando Deddos

“A gente tem que estudar muito para tocar música de carnaval” – F. Deddos

Cada instrumento musical tem sua linguagem e literatura específica. Portanto, como diria Mehmari, a música não é uma linguagem única, pelo contrário, é uma variação sem fim de dialetos que se chocam na busca de formar um todo organizado. Os instrumentos para motivos de catalogação são divididos por famílias; a grosso modo: metais, madeiras, percussão e cordas, que se dividem em friccionadas (aquelas com arco) ou dedilhadas (como o violão). Sobre as cordas friccionadas já nos alongamos bastante. Há uma lista de convidados de cordas para sua apreciação. Nesse episódio a nossa busca incansável pela Beleza do Som hoje chega aos metais.

Vamos falar do Eufônio. Você, querido ouvinte, se não for do meio musical talvez não conheça esse instrumento. E, se você é músico, dependendo de qual microcosmo habita, há uma chance remota de que talvez esse nome não lhe seja peculiar. O que é o eufônio é uma pergunta cuja resposta deixo para as mãos, ou melhor, dedos hábeis do meu convidado. Me restrinjo a dizer que o Eufônio vem do termo grego euphonos, que significa som bonito. Nada mais justo, que um instrumento cuja definição é exatamente análoga ao da nossa plataforma, tenha voz na Beleza do Som.

Esse instrumento exótico, na verdade, não tem nada de estranho. Raramente o veremos nas orquestras, contudo ele tem lugar reservado junto às bandas sinfônicas, bandas marciais e rodas de choro. O eufônio, que como o nome diz, soa bem, é um coringa nos grupos musicais, por vezes substituindo outros instrumentos, fazendo de maneira soberba acompanhamento e se destacando, quando necessário, em solos.  Podemos ouvi-lo em adaptações de árias de Puccini como Nessum Dorma, ou embalando o baixo de alguma marchinha de carnaval.

Circulando tão bem por universos que a priori parecem antagônicos, mas que de contrários não tem nada. Os eufonistas podem cair muitas vezes no precipício da erudição, ficando alijados para espaços sinfônicos, onde sua participação é por vezes diminuta. Abranger a formação sem perder as oportunidades do universo popular é um dos motes do nosso convidado. Sobre ele e seu CD, Eufônio Brasileiro, o portal Viva Música diz: “Deddos é um desses artistas poderosos cuja paixão por seu instrumento é capaz de nos iluminar com uma música inesperada e bela.. o disco é uma revelação comovente.. precisa ser aceito e mantido por perto, ao alcance da mão, do cotidiano.” Fernando Deddos, começa sua trajetória aos quatro anos de idade, passando pelo piano, e aos onze chega aos instrumentos de metais, consagrando-se hoje como um dos grandes nomes do Eufônio no mundo. O músico além de compositor, é Doutor em artes musicais pela University of Georgia, mestre em performance pela Duquesne University e graduado em Composição e Regência pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Unespar). Atualmente é presidente da ETB – Associação de Eufônios e Tubas do Brasil e professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Hoje, conversa conosco falando um pouco mais sobre a Beleza das suas ideias e do Som do Eufônio.