João Luiz Sampaio

A Beleza do Som

03-10-2021 • 1 hora 25 min

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Edição e entrevista:

Ivanildo Jesus

Design:

Kas Hoshi e Victor R. Rodrigues

João Luiz Sampaio



[citação]



“No Brasil de hoje, o presidente ignora as mortes, tantas delas provocadas por sua inação, e seus ministros relativizam a dor da morte. No Brasil de hoje, o governo questiona a importância de vacinas que podem salvar vidas. No Brasil de hoje, agentes governamentais falam abertamente em banir livros. Banir livros. No Brasil de hoje, mata-se aos poucos a atividade cultural por puro preconceito, ignorância e maldade. No Brasil de hoje, a democracia está em risco.” – Pelo que seremos lembrados? - João Luiz Sampaio

Uma das crises frequentes da música clássica diz respeito ao seu arcaísmo. No meio, é comum que, ao venerar música antiga, o fazemos de forma antiga e portando debilitada. Lembro de um professor de violino que, quando instado a resolver problemas tecnológicos que fugiam do seu repertório, respondia dizendo que ainda vivia no barroco. Gabar-se sobre viver na época de Bach e Vivaldi, é uma problemática que vai além dos muros da estética. Algumas ideias barrocas não podem mais encontrar fôlego na nossa época. No contemporâneo a diversidade étnica luta para fazer A Beleza do Som de sua voz ser ouvida, contra a hegemonia do pensamento colonial.

Em um meio onde o fazer é dominado pelo cenário eurocêntrico, pensar sem viralatismo é sair da caverna da suposta erudição. Entre os intérpretes, os artesões da arte musical, poucas vezes encontramos pensamentos que fujam de pressuposto colonial. O escopo dos sonhos dos jovens músicos eruditos, raramente veem fora das filas orquestrais espaço para suas realizações. E, um espaço onde não só a música barroca ecoa, contudo, as ideias, ver-se ocupado por imagens que não refletem a cultura dominante de poder, gera conflitos constantes de significado.

Sobra aos críticos, jornalistas e formadores de opiniões, aqueles que assistem além do espetáculo musical, a função de abrir os olhos do público e dos executantes no que toca aos paradigmas da vida musical. Trazer à baila conceitos como racismo, misoginia e homofobia em um ambiente patriarcal que se vende como sofisticado, é luta constante desses que não só veem suas virtudes, mas também suas falhas.

Hoje, a Beleza do Som recebe o jornalista e crítico musical João Luiz Sampaio.  O crítico, é editor executivo da revista Concerto e jornalista de música clássica do Jornal O Estado de São Paulo, autor de “Ópera à Brasileira”; fala conosco a respeito do microcosmo da música erudita, ajudando-nos na nossa busca constante pela Beleza do som.