Leandro Tigrão

A Beleza do Som

21-11-2021 • 46 min

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Edição e entrevista:

Ivanildo Jesus

Design:

Kas Hoshi e Victor R. Ribeiro

Leandro Tigrão

Se você mora perto de uma criança musical já deve ter ouvido o som da flauta doce, que, dependendo do executante, de doce não tem nada. O instrumento por conta da sua facilidade mecânica é um dos primeiros usados na musicalização. Quando as crianças ainda estão explorando o universo dos sons, distinguindo a beleza do som do ruído, no início é comum certa confusão sonora. Com tempo e educação musical de qualidade o discernimento da criança fica mais apurado e a trajetória musical continua de maneira mais fácil, às vezes através de outros instrumentos.

Além da flauta doce temos a flauta transversal, onde a doçura e a beleza do som encontram seu apogeu. A flauta transversa pertence à família das madeiras. Diferente dos clarinetes, oboés e fagotes a flauta não é um instrumento de palhetas, é um instrumento do naipe das madeiras, porém com bocal. O instrumental era originalmente feito em madeira, com o tempo passou a ser fabricado em metal, o que lhe dá o tom prateado ou as vezes dourado.

Fora do naipe das madeiras e da vida orquestral, a voz da flauta encontrou seu lugar natural nas rodas de choros, ali a soberana dos agudos desfila com a fluidez de seu som, improvisando, trocando diálogos com o clarinete, bandolim, sax e percussão. A versatilidade da flauta diz a respeito sobretudo da versatilidade do instrumentista. A música sinfônica, orquestral e clássica, tem suas peculiaridades; um microcosmo de possibilidades que constitui um desafio constante para os artistas, o mesmo acontece com a música popular, migrar de um gênero para outro, fazendo ambos de maneira exímia, é tarefa para as mãos hábeis de poucos instrumentistas.

Leandro Candido de Oliveira, mas conhecido no meio como Leandro Tigrão, é flautista. Piracicabano, passou pelo conservatório de Tatuí e integrou durante oito anos à Orquestra Sinfônica de Heliópolis. Ao mesmo tempo, cursava seu bacharelado na UNESP, e às noites dedicava-se às rodas de choro. Ganhador do concurso Nabor Pires por duas vezes, Leandro parece descender direto de linhagem de virtuosos flautistas como Altamiro Carrilho e Patápio Silva. Dono de uma sonoridade ímpar na flauta, o músico é também compositor e agora encontra-se radicado na cidade de Salvador na Bahia. Hoje conversa conosco falando sobre a sua trajetória e sobre a Beleza do Som do flauta.