Indígena Urbana: Demorei muito tempo para encontrar minha origem

Histórias para ouvir lavando louça

Há 3 dias • 9 min

A história de Tania começa antes mesmo dela nascer. Apesar de ter crescido em um ambiente urbano, foram necessários muitos anos até ela encontrar sua origem indígena. Anos atrás, sua avó precisou fugir após a aldeia em que morava com os filhos, com os filhos, ser incendiada por homens armados. Expulsos de sua terra no meio da noite, ela perdeu o contato com o restante do seu povo. A avó de Tania levou a família para Minas Gerais, mas o medo do que haviam vivido era tão grande que ela decidiu esconder sua ancestralidade, temendo mais perseguições e preconceitos. Com isso, a conexão com suas raízes foi silenciada. Crescendo na cidade, Tania ouvia fragmentos de sua história, mas nunca com clareza. Sabia que tinha herança indígena, mas essa parte de sua identidade era tratada como algo perigoso de se reconhecer. Sua família, como muitas outras, focava apenas em sobreviver no ambiente urbano, sem espaço para reivindicar a própria cultura. Já adulta, Tania decidiu buscar sua origem indígena. Após anos de pesquisa, ela descobriu que sua família pertencia ao povo Pataxó. Essa descoberta a levou a uma aldeia em Paraty, onde, ao olhar para as pessoas, sentiu uma conexão imediata. O rosto de cada membro da comunidade parecia familiar, como se finalmente tivesse encontrado seu lugar. Ali, Tania descobriu que muitos dos indígenas da aldeia eram seus parentes de sangue. Assim como a história indígena desde 1500, a história da Tania é uma luta contra o apagamento e o silenciamento forçado. Hoje, Tania vive na cidade, mas se orgulha de sua identidade como uma mulher indígena, lésbica e mãe de um filho com Síndrome de Down. Ela carrega em si a força de sua avó, que sobreviveu à destruição de sua aldeia e à perda de sua terra. Para Tania, a luta pelo reconhecimento da identidade indígena não é apenas pessoal, mas uma forma de garantir que sua história e a de seu povo nunca mais sejam esquecidas. Ela representa a força de uma ancestralidade que, apesar de todas as adversidades, continua viva. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia