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Histórias reais, de gente como a gente, para você ouvir e se inspirar enquanto da uma geral na sua cozinha. Um podcast do ter.a.pia! read less
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Indígena Urbana: Demorei muito tempo para encontrar minha origem
Há 3 dias
Indígena Urbana: Demorei muito tempo para encontrar minha origem
A história de Tania começa antes mesmo dela nascer. Apesar de ter crescido em um ambiente urbano, foram necessários muitos anos até ela encontrar sua origem indígena. Anos atrás, sua avó precisou fugir após a aldeia em que morava com os filhos, com os filhos, ser incendiada por homens armados. Expulsos de sua terra no meio da noite, ela perdeu o contato com o restante do seu povo. A avó de Tania levou a família para Minas Gerais, mas o medo do que haviam vivido era tão grande que ela decidiu esconder sua ancestralidade, temendo mais perseguições e preconceitos. Com isso, a conexão com suas raízes foi silenciada. Crescendo na cidade, Tania ouvia fragmentos de sua história, mas nunca com clareza. Sabia que tinha herança indígena, mas essa parte de sua identidade era tratada como algo perigoso de se reconhecer. Sua família, como muitas outras, focava apenas em sobreviver no ambiente urbano, sem espaço para reivindicar a própria cultura. Já adulta, Tania decidiu buscar sua origem indígena. Após anos de pesquisa, ela descobriu que sua família pertencia ao povo Pataxó. Essa descoberta a levou a uma aldeia em Paraty, onde, ao olhar para as pessoas, sentiu uma conexão imediata. O rosto de cada membro da comunidade parecia familiar, como se finalmente tivesse encontrado seu lugar. Ali, Tania descobriu que muitos dos indígenas da aldeia eram seus parentes de sangue. Assim como a história indígena desde 1500, a história da Tania é uma luta contra o apagamento e o silenciamento forçado. Hoje, Tania vive na cidade, mas se orgulha de sua identidade como uma mulher indígena, lésbica e mãe de um filho com Síndrome de Down. Ela carrega em si a força de sua avó, que sobreviveu à destruição de sua aldeia e à perda de sua terra. Para Tania, a luta pelo reconhecimento da identidade indígena não é apenas pessoal, mas uma forma de garantir que sua história e a de seu povo nunca mais sejam esquecidas. Ela representa a força de uma ancestralidade que, apesar de todas as adversidades, continua viva. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
Provei que posso dirigir mesmo sendo cega de um olho
Há 5 dias
Provei que posso dirigir mesmo sendo cega de um olho
“Você não vai conseguir” foi uma frase que acompanhou a Nara desde muito nova. Aos três anos, um acidente em casa fez com que ela ficasse cega de um olho. Embora não se limitasse, Nara logo percebeu que sua deficiência seria usada como barreira pelos outros. Assim que completou 18 anos, Nara quis tirar sua carta de motorista. Era seu sonho poder dirigir, mas isso foi ficando cada vez mais distante quando amigos e familiares a desmotivaram.  "Você não vai conseguir, você não enxerga de um olho", era o que Nara sempre ouvia. E, por muitos anos, ela acreditou nisso.  Por 20 anos a Nara ficou dependente de outras pessoas para fazer coisas cotidianas, como ir ao mercado.   Quando não tinha uma carona, ela carregava sacolas pesadas, chorava no caminho de volta para casa, sentindo o peso não só das compras, mas também da frustração de depender de alguém. Só aos 48 anos que Nara decidiu enfrentar seus medos e o preconceito. Sem contar a ninguém, foi até uma autoescola perguntar se era possível tirar a carteira de habilitação, mesmo com visão monocular.  Para sua surpresa, a resposta foi um simples e direto "sim". Naquele momento, toda a crença que ela alimentou por décadas foi desfeita em segundos. Nara passou pelas aulas de direção com o instrutor, que a ensinou a se adaptar às limitações de sua visão, e conquistou sua tão sonhada CNH.  O sentimento de liberdade que ela sentiu foi indescritível. Agora, Nara podia ir e vir sem depender de ninguém. Seu sonho finalmente se tornou realidade. Dirigir para Nara não é apenas sobre estar no volante. É sobre liberdade, superação e a prova de que, mesmo com uma deficiência, é possível conquistar seus sonhos, contanto que você acredite em si. • O vídeo com a história da Nara contada no Gringo, no Mês das Mulheres, é esse aqui: https://www.instagram.com/reel/C4QPIjzOTCI/?igsh=MW15YmtvYXZ1NGp3Zw%3D%3D • O perfil do João, que comentamos no podcast é este aqui: https://www.instagram.com/fotografiacega_/ • O vídeo dele contando sobre seu trabalho é esse: https://www.instagram.com/reel/C_giIUOu4oB/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA%3D%3D A história da Nara foi contada em parceria com o @chamaogringo. No Super App do Gringo você paga licenciamento, multas e cuida do seu veículo em um só lugar. O Gringo tá aqui pra simplificar, sem burocracia, com soluções pro seu veículo na palma da mão. Acesse o site e saiba mais https://gringo.com.vc/
"Você é o primeiro médico preto que eu vejo"
19-09-2024
"Você é o primeiro médico preto que eu vejo"
Você pode conhecer o Fred Nicácio do BBB 23, ou do Queer Eye Brasil, mas não provavelmente a história do garoto da periferia do interior do Rio, que se tornou médico e logo depois uma personalidade da mídia. Fred nasceu em uma família pobre, que vivia na periferia de Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro. Mas sua origem humilde não significava que sua família não tinha letramento racial. Desde cedo, ele ouviu do pai que não seria tratado da mesma forma que os filhos brancos dos vizinhos. Esse ensinamento se tornou ainda mais latente quando Fred e sua família ascendem e vão morar no centro da cidade. Eles eram a única família preta daquela rua, da igreja e dos ambientes sociais que frequentavam. Se o racismo era uma pauta dentro de casa, para driblá-lo Fred e seus irmãos foram ensinados pelos pais a estudar. Logo após concluir o Ensino Médio, Fred entra para a faculdade de fisioterapia e se forma. Trabalhando na UTI de um hospital, ele se encanta pela medicina e como essa profissão pode salvar vidas. Quando comentou com uma colega de trabalho que ficou muito animado com um procedimento que um médico fez, ela desdenhou dele: "Isso é só para um doutor". Fred sentiu o olhar de desprezo da colega e sabe que se ele fosse um homem branco, ela o incentivaria a se formar nessa profissão. Mas com incentivo ou não, ele sabia o que queria e anos depois se formou em medicina e foi trabalhar em um hospital público em outra cidade do interior do Rio. Foi nesse hospital que sua vida se transformou por completo. Em um atendimento de plantão pediátrico, Fred recebe dona Eunice, de 74 anos, e seu neto, de 9. Ele notou que a senhora não parava de olhar para ele durante toda a consulta, mas seguiu o atendimento com o neto dela. No final da consulta, ela pergunta se poderia tirar um retrato com Fred. Nos mais de 70 anos de dona Eunice, ela nunca havia sido atendida por um médico preto, como ela. Além da foto, ela pediu para ele publicar a foto na internet porque outra neta dela tinha acesso à internet também. Quando Fred publicou, não imaginava que essa foto fosse mudar tudo. A publicação viralizou, foi parar em jornais, ele foi convidado a dar entrevistas... e virou o Fred Nicácio que conhecemos hoje nas redes e dos programas de TV, como Queer Eye e Big Brother Brasil. A representatividade que ele tinha ali naquele hospital no interior do Rio de Janeiro foi potencializada após seu encontro com dona Eunice. Tudo porque ela pediu para postar nas redes aquele encontrou que mudou não só a vida do Fred, mas da Eunice também. Hoje Fred sabe da importância de ter um homem preto, gay, macumbeiro e fashionista com visibilidade nas redes, na TV ou onde for. Para que mais Eunices não precisem esperar até seus 70 anos para se sentirem representadas. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias: https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
Forçado a fugir: ser uma pessoa trans é crime no meu país
12-09-2024
Forçado a fugir: ser uma pessoa trans é crime no meu país
Matheus Jade nasceu na Tunísia, um país do norte da África, onde ser uma pessoa trans é considerado um crime. Desde a infância, ele sabia que algo estava diferente em sua vida, mas não conseguia entender o que era. Crescendo em uma família muçulmana, Matheus se viu preso em uma realidade onde não podia expressar sua verdadeira identidade, o que gerava conflitos tanto em casa quanto dentro de si. Durante a infância e adolescência, Matheus sofria repressões constantes. Esses momentos de repressão reforçavam a sensação de que havia algo errado com ele. Matheus começou a questionar sua existência e a lutar contra sua própria identidade, acreditando que talvez, se seguisse fielmente os preceitos religiosos, Deus o ajudaria a superar essa "fase". Com o tempo, a repressão e o sofrimento se tornaram insuportáveis. Matheus percebeu que continuar na Tunísia significaria arriscar a própria vida todos os dias, simplesmente por existir. Diante dessa realidade, Matheus foi forçado a fugir e deixar sua terra natal. Ele escolheu o Brasil como refúgio por saber que aqui poderia viver com mais liberdade e segurança. A decisão foi influenciada pela imagem do Brasil como um país multicultural e mais acolhedor para pessoas LGBTQIA+, onde ele teria a chance de viver de acordo com sua verdadeira identidade sem o constante medo de ser perseguido ou morto. Agora, como refugiado no Brasil, Matheus pode finalmente ser quem ele é, encontrando forças para seguir em frente, enfrentando os desafios de construir uma nova vida em um país distante de sua origem. Essa é uma parceria do Ter.a.pia com o Acnur, agência da ONU para refugiados. O Acnur junto a seus parceiros oferece ajuda financeira, proteção, abrigo e itens de emergência para pessoas em busca de proteção internacional. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
Encontrei o amor aos 70 anos em um site de relacionamentos
05-09-2024
Encontrei o amor aos 70 anos em um site de relacionamentos
A Liça nem imaginava que poderia viver um novo amor aos 70 anos, muito menos que ele nasceria em um site de relacionamentos! Mas foi assim que o destino colocou o Luiz em sua vida, seu atual marido, com quem está casada há 14 anos. A Liça foi casada por 32 anos e teve 4 filhos. Quando seu ex-marido faleceu, ela jamais imaginaria que poderia viver outro romance. Para ser sincero, ela nem estava atrás de um. Ela ficou 13 anos viúva e chegou aos 70 anos com a vida ótima, os filhos já estavam todos criados, trabalhando, saindo com os amigos e um romance não estava em seus planos. Até que uma de suas filhas quis criar um perfil em um site de relacionamento para a Liça. Ela não quis de começo, mas depois de entender como funcionava aquele mundo virtual, topou a ideia. Liça conheceu muitos homens por meio do site. Uns que lhe mostravam poemas (que não eram para ela), outros que lamentavam suas dores como se ela fosse a sua psicóloga. Ela até saiu com alguns para tomar café, mas nenhum chamava sua atenção. Até que ela conheceu o Luiz. Antes, deixa a gente explicar como ela descrevia o homem ideal no site: até 78 anos e com 1,70 cm de altura. Luiz tinha 79 e 1,69 cm. Ele brincou com essas características, dizendo que se fosse um ano mais novo e um centímetro mais velho, tentaria algo com Liça. Aquela brincadeirinha foi o empurrão para os dois começarem a conversar pelo site. Depois trocaram e-mail, telefones, até que se encontraram pessoalmente. A química já havia batido, só que o Luiz, viúvo há dois anos, estava querendo casar e a Liça queria só se divertir. Mas ela acabou cedendo 9 meses depois e os dois foram moram juntos e se casaram! 14 anos se passaram desde que eles se conheceram pelo site de relacionamento e estão muito felizes. Liça com seus 84 anos e Luiz com 93 vêm mostrando que o amor não tem idade, nem jeito certo de acontecer. Ele só acontece! Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
Edu Lyra e a potência das favelas
29-08-2024
Edu Lyra e a potência das favelas
Edu Lyra nasceu e cresceu em um barraco de chão de terra batida em uma favela de Guarulhos e foi nesse ambiente, anos depois, que ele descobriu que havia uma potência infinita de transformação. Ali ele cria a Gerando Falcões, uma ONG com foco no combate à pobreza. Com uma infância difícil, Edu cresceu com o pai envolvido no crime organizado e sua mãe, Maria Gorete, se virando em mil para poder dar conta das coisas em casa. Apesar da dificuldade e da violência cotidiana no lugar onde moravam, Edu cresceu ouvindo de sua mãe a seguinte frase: "Não importa de onde você vem, mas sim para onde você vai". E isso foi fundamental para que aquele menino crescesse com vontade de mudar sua vida e das pessoas que estavam à sua volta. Ainda bem jovem, Edu percebeu que as pessoas, principalmente os jovens, não sabiam das suas potências. Então, ele decide escrever o livro "Jovens Falcões", contando a história de jovens que saíram do nada e se transformaram em agentes de mudança. Ao lado de 30 amigos, ele foi vendendo esse livro em sua comunidade e assim nasceu a Gerando Falcões, que além do livro, rodava por escolas públicas de São Paulo dando palestras, aulas de rap, funk, skate, futsal e tênis para crianças e adolescentes. O sonho do Edu era provar para o jovem da favela que existem outras possibilidades, como ser programador, designer, fotógrafo ou empreendedor e transformar a sua realidade e, como consequência, a vida das pessoas. Hoje o Edu, que se considera um homem de muita fé, tem o sonho de transformar a pobreza da favela em uma peça de museu. Para ele, não faz sentido a humanidade ter o objetivo de colonizar Marte, mas não de dar dignidade para todas as pessoas. Se para muita gente o sonho do Edu é uma "utopia", para ele é um norte de como ele quer caminhar enquanto estiver aqui. Tudo que aconteceu na vida dele foi um milagre, segundo ele mesmo, então, ele sabe que o impossível acontece. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias: https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
Ele ficou 40 anos procurando a filha desaparecida
22-08-2024
Ele ficou 40 anos procurando a filha desaparecida
Frank ficou 40 anos sem saber onde sua filha estava. Aos 24 anos, ele teve um breve relacionamento com uma mulher, do qual nasceu sua filha. Frank registrou a menina e esteve presente durante os seis meses que pôde ficar com ela. Recém-chegado do Rio Grande do Norte, ele morava em uma favela na Baixada Santista e ganhava pouco, mas isso não o impedia de aproveitar os passeios com sua filha pela cidade. Quando a bebê tinha 6 meses, os avós maternos informaram a Frank que a mãe da criança se mudaria para o Sergipe com a filha. Frank aceitou a mudança, o combinado era manter contato. No entanto, sua primeira tentativa de comunicação, com uma carta e um presente, não teve resposta. Ao longo dos anos, Frank continuou enviando cartas, mas todas voltavam. Com a chegada da internet nos anos 2000, Frank começou a pedir ajuda aos colegas de trabalho que sabiam usar computadores para procurar por sua filha pelo nome do registro de nascimento. Ninguém conseguiu encontrá-la. Ele até voltou ao cartório onde registrou a menina, mas descobriu que não haviam outros rastros do que aconteceu depois. A hipótese era que ela não existia mais com aquele nome. A angústia de Frank persistiu por décadas. Em 2018, ele pediu ajuda à sua sobrinha, Daniele, recém-formada em Direito, para encontrar sua filha. Daniele usou todos os recursos disponíveis, mas sem sucesso. Até que um dia, Frank lembrou de um documento original da mãe da menina, que ele havia guardado quando ela estava grávida e precisou usar seu plano de saúde. Com essa pista, Daniele e seu esposo viajaram para a Bahia, onde localizaram a mãe da menina. Após muita insistência, ela revelou que havia trocado o nome da filha e que outro homem tinha assumido a paternidade. No dia seguinte, Daniele encontrou a filha de Frank e, durante um jantar, revelou que ela era sua prima. Apesar do choque, foi um momento de grande emoção. Frank, embora não estivesse presente, participou da descoberta via chamada de vídeo. Logo após esse reencontro, veio a pandemia. Frank e sua filha se comunicaram por vídeo chamadas durante dois anos. Para quem esperou 40 anos, dois anos a mais não foram tão difíceis. Finalmente, a filha de Frank veio para São Paulo e eles puderam se encontrar pessoalmente. Depois de 40 anos de incertezas, Frank, agora com 73 anos, se sente completo e disposto a recuperar todo o tempo perdido com sua filha. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
De freira a homem trans: uma trajetória de descobertas e aceitação
15-08-2024
De freira a homem trans: uma trajetória de descobertas e aceitação
Túlio, um homem trans, encontrou sua verdadeira identidade após passar cinco anos em um convento. Nascido no interior de SP, ele cresceu frequentando a igreja e, ao atingir a maioridade, decidiu se tornar freira, acreditando ter uma vocação religiosa. Durante seu tempo, Túlio enfrentou grandes dificuldades nas relações afetivas, principalmente por estar cercado de mulheres. Esse conflito constante acabou em um relacionamento secreto com outra garota do convento, que foi o ponto de virada para ele deixar a vida religiosa e buscar seu verdadeiro eu. Após retornar para casa, Túlio passou quatro anos se aceitando como uma mulher lésbica. Durante esse período, ele ainda frequentava a igreja, mas sentia muita culpa por ser quem é. Com o tempo, percebeu que suas afinidades e sentimentos permaneciam, levando-o a questionar ainda mais sua identidade. A virada de chave acontece quando ele conhece sua atual esposa. A criação aberta e inclusiva dela contrastava com a experiência de Túlio e o encorajou a explorar sua identidade. Aos 33 anos, ele iniciou sua transição de gênero, passando a tomar hormônios e, eventualmente, realizando a mastectomia. Durante sua transição, Túlio teve muito acolhimento da esposa e de sua enteada, que acompanhou todo o processo desde os seus 3 anos e nunca questionou ou errou seu pronome. Ele sempre foi o Tutu, seu padrasto. A trajetória de Túlio reforça, mais uma vez, a importância da representatividade. Ele acredita que, se tivesse tido mais referências e contato com pessoas trans no passado, seu caminho poderia ter sido menos doloroso. Hoje ele utiliza seu corpo e sua voz para ajudar outras pessoas transexuais através do @empregatodes, projeto destinado a ajudar pessoas trans e travestis a se inserirem ou se recolocarem no mercado de trabalho. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
Ela encontrou o prazer numa casa de swing
08-08-2024
Ela encontrou o prazer numa casa de swing
Muitos tabus envolvem a sexualidade das pessoas, principalmente quando falamos do prazer feminino. Quando uma mulher assume que pratica swing com seu marido, como encaramos isso? Essa é a história da Marina, que descobriu o prazer numa casa de swing, com seu marido. Marina e Márcio são casados há 25 anos e há 16 são praticantes de swing, no popular, troca de casais. Os dois se conheceram na igreja e casaram rapidinho. Desse casamento, tiveram dois filhos e a vida seguiu o fluxo. Só que em algum momento do casamento, Marina começou a se questionar se aquela relação já tinha chegado ao seu ápice. Os dois se amavam, os dois se davam bem na cama, mas as coisas começaram a ficar muito protocolares. Isso porque, assim como grande parte dos casais, não havia conversa sobre sexo no casamento deles. Eles não exploravam outras possibilidades, seja um lubrificante novo ou ir a uma casa de swing. Até que em um aniversário de casamento, sem saber para onde ir, os dois começaram a falar sobre ir em uma festa. Alguém próximo já havia cantado a bola da casa de swing, mas os dois nunca tocaram no assunto. Curiosos, eles foram até lá e se surpreenderam porque antes mesmo de eles toparem transar com outro casal, os dois se conectaram como nunca havia acontecido. Aliás, demorou 3 anos para a Marina e o Márcio se relacionarem sexualmente com outras pessoas na casa de swing que eles frequentavam. Quando eles iam, era para um curtir o outro naquele espaço. Os dois frequentaram a casa de swing em segredo por mais de 10 anos, até que na pandemia, após participarem de uma reportagem, pessoas próximas os reconheceram. Com o segredo vindo à tona, o medo da Marina era dos filhos reagirem de uma maneira negativa. Mas para surpresa dela, eles foram muito respeitosos com a escolha dos pais. Marina comenta que ficou orgulhosa porque sabe que criou eles muito bem por abraçarem a diversidade sem problemas. Infelizmente, a reação dos filhos não foi a mesma de outras pessoas próximas. As reações eram diversas, mas muitas delas eram apontando o dedo para a Marina. Seu marido saia como o garanhão, enquanto ela era a vagabunda. Mas a Marina não liga. Ela sabe que não dá para ficar vivendo de acordo como as pessoas querem que você seja. Ela é uma pessoa não-monogâmica, sempre foi, e isso só aflorou quando ela descobriu a prática do swing. E mais, a partir da prática liberal foi que ela descobriu o seu corpo, descobriu o que ela gosta e o que ela não gosta. Foi na prática liberal que a Marina descobriu o prazer. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias: https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador apoia.se/historiasdeterapia
Sentia o cheiro do churrasco do vizinho sem poder oferecer aos meus filhos
01-08-2024
Sentia o cheiro do churrasco do vizinho sem poder oferecer aos meus filhos
Imagine você e seus filhos sentindo o cheiro do churrasco do vizinho no Natal, mas sem condições financeiras para fazer um em sua própria casa. Essa era a situação da Josi, mãe de cinco filhos. Josi se casou duas vezes e teve 5 filhos, seu segundo relacionamento era ótimo: ela dona de casa enquanto o marido trabalhava fora. Mas as coisas começaram a desandar: seu marido se tornou dependente químico e, após o nascimento do filho mais novo, a abandonou em pleno Natal. Quando ela foi abandonada, além de ir morar em uma casa de dois cômodos com seus 3 filhos pequenos (os outros 2 já eram maiores de idade), ela também começou a achar que não era digna de ser amada. Com a autoestima baixa e problemas financeiros, Josi, aos 41 anos, se sentiu desesperada por não ver como poderia refazer sua vida. Sem conseguir emprego, sem rede de apoio, ela passou a depender de doações da igreja e de vizinhos. Roupa, comida, tudo era doado para que ela conseguisse se manter com as crianças, uma delas bebê, vale lembrar. Foram 2 anos nessa situação, e foi nesse período que Josi passou a perceber como o mínimo faz falta para uma família. O Natal era a data mais difícil. Ela e seus filhos sentiam o cheiro do churrasco do vizinho, mas não tinha condições de oferecer o mesmo. Era desesperador. As coisas começam a mudar para a Josi quando uma amiga apresentou o projeto ASMARA, da Gerando Falcões. Nesse momento, ela começou a redescobrir a felicidade, a produtividade e a beleza em si. O projeto busca dar autonomia para as mulheres que moram nas favelas, trazendo independência financeira, e foi um grande incentivo para que a Josi voltasse a sonhar. A partir dessa guinada, ela decidiu deixar a Josi do passado para trás e revolucionar. Cortou o cabelo, assumiu os grisalhos que sempre quis, mas nunca teve coragem. Esse gesto simples simbolizou a profunda transformação interior que ela estava vivendo. Hoje, Josi está decidida a deixar para trás a depressão, e quer agora ajudar outras mulheres que, como ela, precisam de um empurrão inicial. “Chega de me anular. Hoje, quero me ajudar e ajudar as pessoas ao meu redor. Sou uma MARA e quero que mais mulheres se sintam MARA.” Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador em apoia.se/historiasdeterapia
De dependente química a empreendedora: como um projeto social salvou a vida dela
25-07-2024
De dependente química a empreendedora: como um projeto social salvou a vida dela
Crescer em um ambiente desestruturado não é fácil, e @viihnunes07 sentiu isso na pele. Desde cedo, ela foi cercada por um cenário caótico que a levou ao mundo da dependência química, iniciando um ciclo que parecia impossível de romper. Desde pequena, Virgínia presenciou dentro de casa discussões, agressões, drogas e o abandono. Aos 13, ela se tornou uma dependente química; aos 18 anos, engravidou pela primeira vez; aos 24, uma segunda gravidez tornou tudo mais difícil. A depressão e a ansiedade eram constantes, e sem condições psicológicas para manter um trabalho fixo, ela lutava para dar uma vida digna aos filhos. O problema é que sua dependência também a mantinha presa em um ciclo de autossabotagem. A vida da Virgínia dava um passo para frente e, na sequência, vários para trás. Houve momentos de desespero, quando Virgínia pensou em desistir de tudo, mas a responsabilidade por seus filhos pequenos a fez buscar forças. Em um momento de desesperança, Virgínia conheceu o projeto @asmara.gerandofalcoes da @gerandofalcoes. No início, ainda desanimada, não se dedicou totalmente. Mas um convite para ir ao campo do Itaquerão mudou tudo. Aquele dia maravilhoso encheu seus olhos e despertou uma nova determinação. Ela voltou empolgada, desejando viver mais momentos como aquele. Por mais simples que possa parecer visitar um estádio de futebol, essa possibilidade conquistada por ser uma participante do projeto ASMARA trouxe a ela um respiro. Desde então, sua vida começou a mudar. Com a força e a motivação encontradas pelo projeto, Virgínia passou a fazer vendas via WhatsApp. ASMARA a tirou do sofá, da solidão e da fome, dando-lhe uma nova perspectiva de vida. Hoje, ela é uma vendedora dedicada porque sabe que é através do seu trabalho que pode transformar a própria vida e oferecer um futuro melhor para os filhos. Essa é uma parceria com ASMARA, projeto que busca dar autonomia para as mulheres que moram nas favelas, trazendo independência de vida e financeira e o melhor: o incentivo para que elas realizem os seus sonhos que estavam há anos em um baú. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador em apoia.se/historiasdeterapia
Ele foi obrigado a fugir da Síria para salvar sua vida
18-07-2024
Ele foi obrigado a fugir da Síria para salvar sua vida
Abdul é um refugiado sírio no Brasil desde 2014. Ele foi forçado a fugir da Síria após o país entrar em uma guerra civil, em 2011, e desde então tenta reestruturar sua vida do zero. Quando a Síria entrou em uma guerra civil, Abdul estava cumprindo seu período militar obrigatório. Ali ele perdeu muitos amigos, se separou da família e acabou ferido gravemente num ataque-bomba. Decidido a não ficar mais ali, ele descobre que o Brasil oferecia visto humanitário para pessoas em busca de proteção internacional. Chegando aqui, ele se depara com a dificuldade de recomeçar em um lugar estranho. Sem falar português e sem rede de apoio, a primeira coisa que @abduljarour ouviu no aeroporto foi: “Aqui no Brasil, você tem que se virar”. Apesar da decepção com a falta de acolhimento, foi o que ele fez. Abdul conseguiu se reerguer no Brasil, mas nunca se esqueceu das suas origens. Ele logo começou a ajudar outras pessoas a virem para cá e se estabelecerem. Abdul também tinha o sonho de resgatar sua família. Algumas irmãs dele tinham conseguido sair da Síria, mas sua mãe, uma irmã e o irmão mais novo, não. Eles ficaram anos vivendo o horror da guerra síria. Junto a organizações como a @acnurbrasil, Abdul conseguiu organizar a vinda de sua mãe e irmãos, mas estar em situação de refúgio não é zerar sua vida e recomeçar. Além de traumatizada, sua família também sofreu muito no Brasil com o preconceito. Houve um episódio em que Abdul e sua família foram hostilizados no shopping, chamados de “terroristas”. Mas Abdul não abaixou a cabeça, hoje ele é uma figura importante na comunidade de refugiados no Brasil, ajudando a construir uma rede de apoio para aqueles que, como ele, buscam um novo começo em terras brasileiras. Essa é uma parceria do Ter.a.pia com a Acnur, agência da ONU para refugiados. O Acnur junto a seus parceiros oferece ajuda financeira, proteção, abrigo e itens de emergência para pessoas em busca de proteção internacional. Acesse acnur.org Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador orelo.cc/historiasdeterapia
Ex-presidiária, ela decidiu se tornar advogada para sair do mundo do crime
11-07-2024
Ex-presidiária, ela decidiu se tornar advogada para sair do mundo do crime
A Márcia entrou para o mundo do crime ainda muito jovem e foi presa 3 vezes. Na última passagem pela prisão, ela resolveu traçar outro rumo para sua vida: depois de cumprir sua pena, ela decidiu estudar direito e ajudar outras pessoas que buscam por ressocialização. Aos 18 anos, ela entrou pela primeira vez em um presídio. Não para cumprir pena, mas levando telefones para os presidiários. Logo depois ela entrou para o tráfico de drogas e assim ela volta para a cadeira, dessa vez como presidiária. Márcia saiu e voltou para o presídio mais 2 vezes, uma por envolvimento com tráfico novamente e outra por ter fugido da prisão. Entre uma prisão e outra, ela sempre tentava sair do mundo do crime, mas as oportunidades não chegavam. Aqui a gente abre um espaço para a discussão sem moralismo. Márcia sabe que o caminho que optou não era o correto, mas era o que dava a ela a chance de pagar suas contas, já que por ter passagem pela prisão, suas chances de ser contratada por uma empresa eram muito baixas. O Alex, que já contou sua história aqui no canal, uma vez disse: "quem vai dar a mão para um ex-presidiário?". O mesmo serve para a Márcia e para outras pessoas egressas. A ressocialização é um discurso muito bonito, mas na prática ninguém enxerga um ex-presidiário com confiança. É comum inclusive encontrarmos comentários em histórias desse tema apoiando pena de morte... vale a reflexão: um crime justifica o outro? Pois bem, na sua terceira passagem pela prisão, Márcia quis mudar de vida. Ela estava nessa de ir e vir da cadeira há mais de 10 anos, tinha dois filhos e um marido sem culpa do seu passado, mas veio outro baque: seu advogado largou seu caso e ela precisou se defender sozinha. A próprio punho, ela escreveu ofícios para a juíza, que acatou seus argumentos. Márcia pagou sua dívida com a sociedade e estava livre. Ela gostou tanto de fazer sua autodefesa que decidiu que sua mudança de vida viria pelo direito. Ela enfrentou muitos desafios na sala de aula quando descobriram suas passagens, mas ergueu a cabeça e foi em frente. Na rua também não era fácil ser vista como "a ex-presidiária" e ser motivo da fofoca da vizinhança. E para enfrentar o tititi, nada melhor do que deixar tudo às claras: Marcia decidiu criar um podcast, o  @PodDaBernardes , para contar sua história e de outras pessoas egressas do sistema prisional. Hoje ela está prestes a se formar, é estagiária em um escritório de advocacia e trabalha com atendimentos sociais para pessoas que precisam de ajuda jurídica na área criminal, além de comunicadora sobre o assunto que é tratado como tabu ainda na sociedade. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
Ela fez terapia de conversão por acreditar que ser trans era uma doença
04-07-2024
Ela fez terapia de conversão por acreditar que ser trans era uma doença
A Fe Maidel cresceu achando que era doente por ser uma mulher trans. Na adolescência, ela procurou uma terapia de conversão para tentar ser curada e ficou 17 anos acompanhada de uma “profissional” que acreditava na “cura gay”. Desde os 8 anos de idade, Fe se sente feminina, mas se assumir como uma mulher trans não era uma possibilidade. Até porque a própria Fe achava que estava doente. A vontade de usar roupas femininas, aquela tristeza por se olhar no espelho e não se reconhecer a consumia por dentro, ao ponto dela procurar uma ajuda profissional (se podemos chamar assim). Ela achava que havia uma cura para toda aquela angústia. Uma psicóloga a convenceu de que a terapia de conversão poderia curá-la. E assim foram 17 longos anos da vida da Fe sendo atendida por alguém que tentou fazê-la acreditar que ela estava doente por se identificar pelo gênero feminino. Nessas quase duas décadas, Fe nunca se sentiu bem. Sua vida era uma montanha-russa com altos, muito altos e baixos a nível pré-sal. Mas independente de como ela se sentia, as roupas femininas sempre estavam escondidas para ela poder vestir quando o desespero batesse. Ainda assim, ela continuou na terapia de conversão. Ela foi levada a acreditar que estava doente. A angústia a fez procurar o curso de psicologia e ali as coisas começaram a fazer mais sentido pra ela. Em um dia bastante deprimido, Fe foi acolhida por um colega de classe que entendia o que ela estava passando. Ele era um homem trans. Ali foi o primeiro passo para ela entender que não estava triste por “estar doente”, mas porque ela não podia ser ela em sua essência: uma mulher trans. Quando entendeu isso, Fe se afastou da terapia de conversão, formou-se psicóloga e começou sua transição de gênero e se libertou de uma mentira: a cura. Hoje ela continua junto a sua esposa, com quem casou antes da transição, e as duas têm uma filha. Fe trabalha com foco no atendimento a pessoas trans e também com políticas públicas LGBT. Essa é uma parceria editorial com o projeto @fimdacura, que denuncia métodos de conversão de orientação sexual e identidade de gênero, informalmente chamados de “cura gay”. Apoiamos o projeto de lei 5034/2023, que equipara a prática da "cura gay" ao crime de tortura. Você também pode mostrar o seu apoio participando da petição no site fimdacura.com.br. Deixe sua assinatura e contribua com o #FimDaCura Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
Nossos filhos não têm vergonha de ter dois pais
21-05-2024
Nossos filhos não têm vergonha de ter dois pais
Desde o primeiro encontro, André e Guilherme compartilharam o sonho de ser pai. Quando fizeram dois anos juntos, eles entraram para a fila da adoção e rapidinho se tornaram pais de três irmãos, na época com 10, 11 e 13 anos.  Muitas questões atravessavam essa adoção: os questionamentos de pessoas próximas sobre a idade das crianças, o fato de uma delas ser uma menina em uma casa só com homens e o fato de André e Guilherme serem um casal gay - essa última, uma preocupação deles mesmo.  Desde o primeiro momento, André e Guilherme perguntaram para a assistente social se as crianças sabiam e concordavam em ter dois pais e, sim, elas estavam tranquilas com isso. Mas o medo permeava os dois pais que questionavam sempre os filhos.  Até que um dia, o Guilherme foi levar o filho mais velho no futebol e deu carona para um coleguinha do filho. No caminho, ele ficou ouvindo o filho falar todo orgulhoso do “pai Guilherme e do pai André”, sem ressalva nenhuma. Seus filhos têm orgulho de ter dois pais.  Já com os questionamentos sobre adotar 3 crianças mais velhas (em comparação com o perfil dos adotantes no Brasil), André e Guilherme sempre foram muito enfáticos: eles são seus filhos e nada importa.  Ambos criticam esses questionamentos porque, para eles, as pessoas acham que crianças mais velhas são indignas de ter uma família, já os dois entendem que toda criança tem o direito de ter uma família e a deles está repleta de amor. Conheça o serviço de audiolivros da Audible. Através do site audible.com.br você tem 30 dias grátis pra testar o serviço ou 3 meses se já for membro Amazon Prime. Assinando você tem acesso a mais de 100.000 audiolivros, pensa quanta história tem pra você conhecer. #publicidade Terapia com ex⁠⁠, o novo podcast do ter.a.pia! Com histórias emocionantes, reflexões profundas e muitas risadas, o Terapia com Ex vai te levar por uma jornada única no mundo dos relacionamentos. "A história do outro muda a gente", o primeiro livro do ter.a.pia está disponível para compra. Garanta o seu aqui: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://amzn.to/3CGZkc5⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ O Histórias para ouvir lavando louça é um podcast do ter.a.pia apresentado por Alexandre Simone e Lucas Galdino. Para conhecer mais do ter.a.pia, acesse ⁠⁠⁠⁠historiasdeterapia.com⁠⁠⁠⁠. Edição: Bergamota Filmes Roteiro: Tais Cruz Voz da vinheta: Cris Crosta, apoiadora na Orelo.
Fui proibida de estudar por ser mulher
14-05-2024
Fui proibida de estudar por ser mulher
A Rosana cresceu com um pai que a proibia de estudar porque ela era mulher. Apesar disso, ela superou todas as barreiras impostas pelo pai ao decidir contrariá-lo e ir em busca dos seus sonhos. Rosana nasceu na zona rural de Itu, cidade do interior de São Paulo, e desde cedo, viu o que era crescer sem estabilidade. Isso porque ela e a família chegaram a morar em terrenos que não tinham estrutura alguma para moradia.  O pai não acreditava que a educação era uma prioridade para os filhos. Ele, por sua vez, achava que as filhas mulheres não queriam estudar, e sim, namorar no ambiente escolar. Por isso, ele nunca permitiu que a Rosana e a irmã estudassem. Ao contrário do que o pai impunha para ela, a Rosana sempre quis estudar. E apesar das barreiras colocadas por ele, ela conseguiu estudar graças ao apoio da mãe.  Com a ajuda da mãe, ela aprendeu a ler aos 5 anos de idade e seguiu estudando da forma que pôde. Isso ocorreu até os seus 15 anos, quando ela mesma enfrentou o próprio pai para se matricular na escola. Aos 16, ela se mudou para a cidade em busca de melhores oportunidades de vida. Neste local, ela trabalhou como faxineira e operadora de caixa para poder começar uma graduação.  Logo que conseguiu uma estabilidade para fazer a matrícula, ela iniciou a graduação em jornalismo. Apesar da conquista, ela lidou com diversas dificuldades durante esse período, chegando até a passar fome para pagar o curso. Embora tenha vivido na pele todos esses obstáculos, a Rosana consegue finalmente olhar pra trás e se sentir aliviada por ter persistido em seus estudos. Há 20 anos, ela terminou a faculdade e se tornou jornalista. Ela ainda trabalha no ramo e há 5 anos, decidiu abrir o seu próprio portal de notícias, o @jornaldeitu. Hoje, o Jornal de Itu é um dos grandes veículos da cidade. Conheça o serviço de audiolivros da Audible. Através do site ⁠audible.com.br⁠ você tem 30 dias grátis pra testar o serviço ou 3 meses se já for membro Amazon Prime. Assinando você tem acesso a mais de 100.000 audiolivros, pensa quanta história tem pra você conhecer. #publicidade ⁠Terapia com ex⁠⁠⁠, o novo podcast do ter.a.pia! Com histórias emocionantes, reflexões profundas e muitas risadas, o Terapia com Ex vai te levar por uma jornada única no mundo dos relacionamentos. "A história do outro muda a gente", o primeiro livro do ter.a.pia está disponível para compra. Garanta o seu aqui: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://amzn.to/3CGZkc5⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ O Histórias para ouvir lavando louça é um podcast do ter.a.pia apresentado por Alexandre Simone e Lucas Galdino. Para conhecer mais do ter.a.pia, acesse ⁠⁠⁠⁠historiasdeterapia.com⁠⁠⁠⁠. Edição: Manu Quinalha Roteiro: Tais Cruz Voz da vinheta: Raquel Lopes, apoiadora na Orelo.
Encontrei meu anjo da guarda e ele era um garoto com síndrome de down
07-05-2024
Encontrei meu anjo da guarda e ele era um garoto com síndrome de down
Algum encontro inusitado mudou o rumo da sua vida? A Nelma pode dizer que sim! Ela enfrentava uma grande crise de pânico quando encontrou o Ricardo, na época um jovem de 20 anos com síndrome de down, que falou algumas coisas que mudaram a vida da Nelma pra sempre.  Nelma estava enfrentando há um bom tempo uma crise de pânico tão forte que fazia com que ela se afastasse do marido e dos filhos dentro da própria casa. Ela já cogitava procurar uma clínica psiquiátrica para poder tentar se livrar daquela tormenta, quando ouve uma voz pedindo para ela ir até o trilho do trem no outro dia de manhã. Mas como uma pessoa que não conseguia andar dentro da própria casa faria aquilo? Nelma também não sabia, mas uma coragem tomou conta dela na manhã seguinte e lá foi ela um passo de cada vez até o local.  Chegando lá, ela começa a ouvir alguém correr atrás dela mas não ficou com medo. Quando ela olha pra trás vê um rapaz de 20 anos com síndrome de down vindo em sua direção.  Os dois começaram a conversar e Ricardo. Ricardo comenta que ele ouviu algo que o fez ir para aquele mesmo local. Na conversa, ele pediu para que Nelma olhasse para a vida, e assim ela fez. Uma paz tomou conta dela depois daquela conversa.  Ricardo foi embora e Nelma ficou com aquela sensação de paz. Aquele encontro fez com que ela fosse atrás do seu tratamento psiquiátrico e conseguisse se desvencilhar da crise de pânico. Mas ainda tinha algo que deixava ela curiosa. Quem era aquele garoto que ela encontrou? Ela tentou procurá-lo e só o encontrou meses depois, enquanto passeava com o filho. Ela viu Ricardo entrando em casa, em uma rua próxima à casa dela e saiu correndo para falar com ele. Na hora que ela bate à porta, quema atende é o Ricardo, que diz: “Eu sabia que você ia me encontrar”. A partir desse segundo encontro, os dois foram estreitando seus laços e essa amizade dura há 20 anos.  Terapia com ex⁠⁠, o novo podcast do ter.a.pia! Com histórias emocionantes, reflexões profundas e muitas risadas, o Terapia com Ex vai te levar por uma jornada única no mundo dos relacionamentos. "A história do outro muda a gente", o primeiro livro do ter.a.pia está disponível para compra. Garanta o seu aqui: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://amzn.to/3CGZkc5⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ O Histórias para ouvir lavando louça é um podcast do ter.a.pia apresentado por Alexandre Simone e Lucas Galdino. Para conhecer mais do ter.a.pia, acesse ⁠⁠⁠⁠historiasdeterapia.com⁠⁠⁠⁠. Edição: Bergamota Filmes Roteiro: Tais Cruz Voz da vinheta: Renata Rodrigues, apoiadora na Orelo.
Exu mostrou as potencialidades que a igreja me tirou
30-04-2024
Exu mostrou as potencialidades que a igreja me tirou
Rodrigo é um homem preto, gay, que viveu muitos anos da sua vida tentando reprimir quem era para seguir as regras pentecostais da igreja que ele frequentava. Ele vivia sua fé cristã fervorosamente porque acreditava que assim Deus iria libertá-lo da homossexulidade.  Era na igreja que ele imaginava que seu caminho para mudar de vida seria traçado. Nascido e criado na periferia de São Paulo, queria ascender na vida por meio dos estudos. Ser alguém respeitado na religião pavimentava muita coisa para ele também.  Quando foi para a faculdade de teologia, ele começou a ter acesso a outras vertentes daquilo que ele cresceu ouvindo nos púlpitos pentecostais e foi atrás de entender o mundo por si próprio.  Quando se deu conta, já não fazia mais sentido estar dentro daquele espaço. Enquanto se afastava, foi percebendo que o Rodrigo fervoroso, das vigílias, era apenas uma máscara que ele usava para agradar os outros, e que dava certo.  Mas essas pessoas o amariam se ele assumisse sua orientação sexual? Ele seria aceito?  Nesse meio tempo, com mais certeza que deveria se desvincular do pentecostalismo, ele conhece seu atual namorado, que o apresenta ao Candomblé. Em um jogo de búzios, Exu se manifesta para Rodrigo e é nesse momento que ele percebe sua ligação com a religião de matriz africana. Ali ele percebe que toda sua potencialidade estava reprimida por medo, por vergonha de si mesmo. O caminho da mudança que o pequeno Rodrigo queria traçar para sua vida foi encontrado nos búzios. Aquele garoto que queria ascender na vida, na verdade, precisava encontrar a si antes de poder conquistar suas coisas.   Hoje Rodrigo é um homem livre, feliz consigo e com uma fé inabalável, que emociona quem o escuta. Terapia com ex⁠⁠, o novo podcast do ter.a.pia! Com histórias emocionantes, reflexões profundas e muitas risadas, o Terapia com Ex vai te levar por uma jornada única no mundo dos relacionamentos. Ouça agora o primeiro episódio exclusivo para apoiadores: apoia.se/terapiacomex "A história do outro muda a gente", o primeiro livro do ter.a.pia está disponível para compra. Garanta o seu aqui: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://amzn.to/3CGZkc5⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ O Histórias para ouvir lavando louça é um podcast do ter.a.pia apresentado por Alexandre Simone e Lucas Galdino. Para conhecer mais do ter.a.pia, acesse ⁠⁠⁠⁠historiasdeterapia.com⁠⁠⁠⁠. Edição: Bergamota Filmes Roteiro: Tais Cruz Voz da vinheta: Renata Reis, apoiadora na Orelo.
Encontrei meu irmão italiano depois de 45 anos
23-04-2024
Encontrei meu irmão italiano depois de 45 anos
Bruno, o pai da Assunta, veio da Itália para o Brasil em meados dos anos 1940, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Ele era casado e tinha um filho que ficou com a mãe no país por decisão dela.  Bruno voltou em 1954 para tentar convencê-los, mas a sua esposa não quis vir para o Brasil. Ele então retornou sozinho e algum tempo depois conheceu a mãe da Assunta. Os dois se apaixonaram e começaram um romance, que só não virou casamento de papel passado porque Bruno não havia se divorciado.  Os dois ficaram juntos por 28 anos e tiveram a Assunta, que cresceu sem saber do meio irmão italiano… até que ela descobriu uma foto dele nas coisas do pai, e o confrontou.  Descobrir um irmão fez com que ela quisesse encontrá-lo, então, na sua primeira viagem à Itália, em 1973, para conhecer sua família paterna, ela tentou contato com Mario. Mas ele se recusou a receber a irmã mais nova. Ela ficou triste, mas seguiu a vida. Em 1983, ela volta para a Itália e tenta contato novamente com o irmão que de novo se recusa a encontrá-la. Isso se repetiu mais uma vez em 1998. Assunta já tinha quase desistido de tentar uma aproximação. Até porque o elo entre eles dois, seu pai, já não existia porque Bruno havia falecido.  Mas na era das redes sociais, todo mundo é um possível stalker hehe e, em 2013, Assunta foi caçar o perfil do irmão no Facebook e achou! Ela tentou contato com ele e conseguiu. Mario não estava muito a fim de papo, mas foi cedendo aos poucos e quando foi ver, os dois estavam muito entrosados.  Mario nunca quis encontrar a irmã por mágoa do pai, uma justificativa bastante plausível. Assunta compreendia o irmão, mas sabia que a relação deles poderia crescer independente das questões do pai.  Dito e feito. Os dois passaram a se falar com bastante frequência por chamadas de vídeo, ligações e mensagens, até que em 2018, Assunta vai novamente para Itália e conhece, finalmente, seu irmão.  Os dois continuam se falando com bastante frequência e as famílias puderam se unir, finalmente.