Teta de Sócrates

Teta de Sócrates

Teta de Sócrates, um podcast de bate papo descontraído com especialistas de diversas áreas das ciências humanas. Vem e deixa a teta te alimentar! read less
EducaçãoEducação

Episódios

[TdS] Independência ou Morte? O Povo em Guerra (Sérgio Armando Guerra Filho - UFRB)
18-06-2022
[TdS] Independência ou Morte? O Povo em Guerra (Sérgio Armando Guerra Filho - UFRB)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com o historiador Sérgio Armando Guerra Filho, professor do departamento de História da Universidade Federal do Reconcavo da Bahia. Pesquisa eventos envolvendo populares durante o período de Independência na Bahia, em específico os conflitos armados entre a Coroa portuguesa e os brasileiros durante o processo de adesão à Independência do Brasil de Portugal. Na nossa conversa, Sérgio comenta sobre a violência gerada pelos conflitos armados que marcaram os anos de 1822 e 1823 na Bahia. De acordo com o pesquisador a revolta popular possuía força social e assumia diversos significados relacionados ao sentido de liberdade, apresentando a independência como uma possibilidade de mudança de status social e de melhoria de condições de vida. Já para a Elite baiana, essa mudança estava relacionada a possibilidade de aumentar lucros em negociações que não fossem intermediadas pela Coroa. Para Sérgio os "tempos rebeldes" que marcaram a Bahia durante as décadas de 1820 e 1830, são essenciais para demonstrar a força dos projetos populares, fosse através da luta, fosse através das festas, como as comemorações do dia 2 de julho, que ocorrem todos os anos na Bahia e celebram a luta do povo baiano por defender seu território. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: Sérgio Filho: Poema "2 de julho" de Castro Alves; Músicas da banda Baiana Sistem. Juliana Magalhães: Série: Peaky Blinders (NETFLIX, 2022); Texto de Sérgio Guerra Filho no Blog do Bicentenário. Sarah Correia: Novela: Pantanal (Globo, 2022).
[TdS] O que sabemos sobre os povos Indígenas durante o período da Independência? (João Paulo Peixoto Costa - IFPI)
11-06-2022
[TdS] O que sabemos sobre os povos Indígenas durante o período da Independência? (João Paulo Peixoto Costa - IFPI)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com o historiador João Paulo Peixoto Costa, professor do Instituto Federal do Piauí, campus de Uruçuí, e do Mestrado Profissional em Ensino de História - PROFHISTÓRIA - da Universidade Estadual do Piauí em Parnaíba. Pesquisa os índios na história do Ceará entre a crise do Antigo Regime e a formação do Estado nacional brasileiro, com ênfase em políticas indígenas e indigenistas. Atualmente se concentra nos vereadores e juízes indígenas que atuavam nas câmaras municipais de vilas de índios no Ceará entre as décadas de 1750 e 1820. Na nossa conversa, João Paulo comenta sobre o silêncio da historiografia e dos livros didáticos sobre a presença e participação indígena na sociedade brasileira do século XIX. A partir de marcos institucionais advindos do século XVIII, o pesquisador comenta o processo paulatino de desterritorialização e a perda de status jurídico de grupos indígenas no Ceará. Apesar disso, vemos importantes ações do grupo ao se afirmarem brasileiros, reivindicarem seus status como cidadãos e aderirem ao projeto de Independência do Brasil de Portugal. Para João Paulo, essas ações demonstravam que o projeto de Brasil pensado pelos indígenas do Ceará incluía demandas relativas a equiparação de status social e político do homem branco. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: João Paulo: Conta no Instagram: AH! ANPUH! https://www.instagram.com/ah.anpuh/; Livro: Na lei e na guerra: políticas indígenas e indigenistas no Ceará (1798-1845), de João Paulo Peixoto Costa; Por um feminismo afro-latino-americano, de Lélia Gonzalez; A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami, de Davi Kopenawa. Discografia: Belchior; Ednardo; Clodo, Climério e Clésio. Sites: APOINME: Articulação dos povos e organizações indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espirito Santo: https://www.apoinme.org/; GT Os Índios na Historia: https://anpuh.org.br/index.php/quem-somos/grupos-de-trabalho/atividades/item/314-gt-os-indios-na-historia; https://www.youtube.com/channel/UCK2fJioRuIQ8DXSiHWW1Shg; APIB: Articulação dos Povos Indígenas do Brasil: https://apiboficial.org/. Juliana Magalhães: Filmes: Transamazonia, dirigido por Débora Mcdowell (BRA, 2019); O criado, de Joseph Losey (ING, 1963). Sarah Correia: Série: Guerras do Brasil.doc (NETFLIX, 2019); Obras de Ailton Krenak; Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak.
[TdS]: Afrodescendentes, escravos e libertos na Independência (Luiz Geraldo Silva - UFPR)
04-06-2022
[TdS]: Afrodescendentes, escravos e libertos na Independência (Luiz Geraldo Silva - UFPR)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com o historiador Luiz Geraldo Silva, professor Titular do Departamento de História, Universidade Federal do Paraná (UFPR). Atua nas áreas de História do Brasil Colônia, História da América, História Atlântica e História Marítima. Estuda milícias e história social de africanos e afrodescendentes livres e libertos nos impérios português e no mundo atlântico entre os séculos XVII e XIX. Na nossa conversa, Luiz comenta a necessidade de pensarmos a mudança de status social, político, econômico e o processo de despersonalização dos indivíduos escravizados de origem africana, ao longo dos séculos e, em especial, no século XIX. De acordo com o pesquisador, a escravidão é um estigma social estruturante na vida de ex-escravizados e que pesa sob a ação social de mulheres e homens negras até os dias atuais dada a veiculação ancestral ao cativeiro. Primeiro encarados como indivíduos portadores de defeito mecânico/ defeito de cor, depois identificados tendo a cor como elemento acessório, negros demonstram que não houve superação da descriminação pela equiparação social e pela igualdade política, expressando, portanto, um trauma social que precisa ser urgentemente trabalhado pela memória da História do Brasil. Para Luiz, o ranking de prestígio social desses indivíduos trouxe consequências trágicas para toda a sociedade brasileira, e cujas expressões políticas e sociais ao longo da independência ecoam um sentido essencial de liberdade: a liberdade física, econômica e jurídica do homem branco, fosse ele português ou brasileiro. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: Luiz Geraldo: História Geral da Civilização Brasileira - Capítulo: A herança colonial, de Sergio Buarque de Holanda; Escravidão e Política: Brasil e Cuba (1790-1850); EI fracaso de la nación Región, clase y raza en el Caribe colombiano (1717-1821);  Escravidão e Morte Social: Um Estudo Comparativo, de Orlando Patterson; Myths of Harmony: Race and Republicanism during the Age of Revolution, Colombia, 1795-1831, de Marixa LAsso. Juliana Magalhães: Couro Imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial, de Anne McClintock. Sarah Correia: Livro: O pequeno manual antirracista, de Djamila Ribeiro; Queimada!, diração de Gillo Pontecorvo (EUA/ Itália, 1969). Blog do Bicentenário. Ver em: https://bicentenario2022.com.br/textos/.
[TdS]: Mulheres? Na Independência? (Ana Veiga - UFPB)
28-05-2022
[TdS]: Mulheres? Na Independência? (Ana Veiga - UFPB)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com a historiadora Ana Veiga, professora do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Suas áreas de interesse são: teorias da história, história visual e história digital, estudos decoloniais, interseccionalidades, gênero e sertões. Na nossa conversa, Ana comenta a participação de mulheres de diferentes grupos sociais e de diferentes regiões do Brasil em eventos relacionados a Independência. Segundo a pesquisadora, o resgate de vozes femininas que contribuíram para a elaboração de elementos culturais e políticos no século XIX é necessário, pois apresenta as demandas, os interesses e as necessidades de um grupo social invisibilizado. De acordo com Ana, a produção literária de mulheres brancas se apresentava como elemento de inserção feminina na sociedade liberal via conhecimento, apontando alguns elementos, como a ideia de igualdade, como parte da luta por maior participação na vida social. A pesquisadora destaca também a participação feminina negra na produção e divulgação literária e jornalística, infelizmente ainda pouco conhecida. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: Ana Veiga: Grupo de pesquisa ProjetAH – História das Mulheres, Gênero, Imagens, Sertões: https://aprojetah.com.br/; A invenção da solteirona: conjugalidade moderna e terror moral: Minas Gerais (1890-1948), de Cláudia Maia. Juliana Magalhães: Livro: pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento, de Patricia Hill Collins; Filme: Identidade, de Rebecca Hall (NETFLIX, 2021). Sarah Correia: Texto do Blog do Bicentenário: "Mulheres na Independência? Ausentes da historiografia, os lugares das mulheres brasileiras do século XIX continuam desconhecidos" de Ana Maria Veiga. Ver em: https://bicentenario2022.com.br/textos/.
[TdS]: O papel da província Cisplatina nos processos de Independência (Fabrício Prado - College of William and Mary)
21-05-2022
[TdS]: O papel da província Cisplatina nos processos de Independência (Fabrício Prado - College of William and Mary)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com o historiadora Fabrício Prado, professor de  Historia do College of William and Mary (Estados Unidos). Seus interesses de pesquisa se concentram na historia urbana, cartografia, redes sociais, comercio e contrabando, identidade colonial, interações trans-imperiais no século XVIII, América Portuguesa e Rio da Prata. Na nossa conversa, Fabrício comenta o as guerras de Independência ocorridas na Província da Cisplatina (1825-1828) e que vai culminar na Independência do Uruguai (1828). Segundo o pesquisador, a Cisplatina era um caldeirão político e econômico de interesses uruguaios, argentinos, brasileiros e portugueses, que viam na difícil demarcação de fronteiras, um elemento essencial para as disputas da região. Essas disputas a longo prazo vão constituir as bases de outros dois grandes eventos que envolvem o Brasil Império e a manutenção da influência política e dos interesses comerciais na região: as lutas contra o projeto republicado da Guerra dos Farrapos (1835-1845) e a defesa e expansão territorial com a Guerra do Paraguai (1864-1870). Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: Fabrício Prado: Evento: Rio de la Plata Workshop. Livros: Músicos: Jorge Drexler, Vitor Ramil; Artigos: "Uma Monarquia entre Repúblicas" – Fabrício Prado (William & Mary), no blog do Bicentenário da Independência; "Caminhos do convívio entre autoridades coloniais e indígenas em espaços fronteiriços do Vice-Reino do Brasil", de Karine Melo; "Historia de las clases populares en la Argentina desde 1516 hasta 1880", de Gabriel Di Meglio; "A administração Lecor e a Montevidéu portuguesa: 1817 – 1821", de Fabio Ferreira; "Comércio Trans-Imperial e Monarquismo no Rio da Prata Revolucionário: Montevidéu e a Província Cisplatina (1808-1822)", de Fabrício Prado: https://www.scielo.br/j/alm/a/4ZYJz5dPtxMLx3qQRhWsWfS/abstract/?lang=pt. Juliana Magalhães: Documentário: Portuñol, de Thais Fernandes. Sarah Correia: Filme: Medida Provisória, de Lázaro Ramos (BRA, 2022).
[TdS]: Os personagens da Independência e o papel da historiografia na construção da História do Brasil (Lúcia Guimarães - UERJ)
14-05-2022
[TdS]: Os personagens da Independência e o papel da historiografia na construção da História do Brasil (Lúcia Guimarães - UERJ)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com o historiadora Lúcia Guimarães, professora Titular Aposentada de Teoria da História e Historiografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde atua como pesquisadora e orientadora no Programa de Pós-graduação em História Política da mesma Universidade. É especialista em História do Brasil, com ênfase nos seguintes temas: cultura histórica, historia e memória, cultura política, intelectuais e poder, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e relações culturais luso-brasileiras. Na nossa conversa, Lúcia comenta sobre figuras com apelo político pouco lembrados do processo de Independência, como Januário da Cunha Barbosa (1780 - 1846), Joaquim Gonçalves Ledo (1781 - 1847), José Clemente Pereira (1787 - 1854) e José Joaquim da Rocha (1777 – 1848). A pesquisadora comenta como o processo de Independência, o estabelecimento do "Dia do Fico" e a memória da Assembleia Constituinte de 1823 foram lidos pelos historiadores, e como a historiografia elegeu figuras políticas para destacar em detrimento de outras. De acordo com ela, historiadores como Francisco Adolfo de Varnhagen (1816 - 1878) e Manuel de Oliveira Lima (1867 - 1928) ganham destaque ao tratar da Independência, e argumenta como suas obras são importantes até o dias atuais, pois nos fazem repensar sobre a produção de uma História do Brasil. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: Lúcia Guimarães: Livros: História Geral do Brasil, de Francisco Adolfo de Varnhagen; A utopia do poderoso império: Portugal e Brasil, bastidores da política (1798-1822), de Maria de Lourdes Viana Lyra; Obras de Manuel de Oliveira Lima, de Francisco Adolfo de Varnhagen.
[TdS]: As Forças Armadas na época da Independência (Hendrik Kraay - Universidade de Calgary)
07-05-2022
[TdS]: As Forças Armadas na época da Independência (Hendrik Kraay - Universidade de Calgary)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com o historiador Hendrik Kraay, professor do departamento de História da Universidade de Calgary (Canadá) e especialista em História do Brasil, com ênfase nos seguintes temas: Forças Armadas no Brasil do século XIX, História da Bahia e Independência do Brasil.  Na nossa conversa, Hendrik comenta o papel das Forças Armadas no final do período colonial e ao longo dos processos de Independência. Em específico, o pesquisador comenta o caso baiano,  mencionando as relações das forças com os portugueses, as ações das milicias profissionais no processo, o papel dos escravos na formação de quadros de combatentes e como se dava a relação entre raça e classe no contexto. No final, Hendrik comenta as consequências da Independência na Bahia e a relação do evento com a Sabinada (1837-1838) e como as forças armadas passaram por um processo de reorganização após 1822. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: Hendrik Kraay: Livros: Duque de Caxias: O homem por trás do monumento, de Adriana Barreto; Independência e morte - politica e guerra na emancipação do brasil (1821-1823), de Helio Franchini Neto; Nova história militar brasileira, de Hendrik Kraay; Artigos do prof. Dr. Luiz Geraldo Silva (UFPR): https://scholar.google.com.br/citations?user=4a8OUj8AAAAJ&hl=pt-BR. Tese de doutorado de Shirley Maria Silva Nogueira intitulada “A soldadesca desenfreada”: politização militar no Grão-Pará da Era da Independência (1790-1850). Juliana Magalhães: Política racial, estado e forças armadas na época da independência : Bahia, 1790-1850, de Hendrik Kraay. Sarah Correia: Texto para o Blog do Bicentenário do Brasil: Quando foi a independência do Brasil?, de Hendrik Kraay. Ver em: https://bicentenario2022.com.br/quando-foi-a-independencia-do-brasil/.
[TdS]: Como as reformas liberais de Portugal influenciam os processos de Independência no Brasil (José Subtil - Universidade Autônoma de Lisboa)
30-04-2022
[TdS]: Como as reformas liberais de Portugal influenciam os processos de Independência no Brasil (José Subtil - Universidade Autônoma de Lisboa)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com o historiador José Subtil, professor Catedrático da área de História da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL). As principais áreas de pesquisa são História das Instituições e História Política, com ênfase nos seguintes temas: reformas liberais, práticas administrativas e jurídicas em Portugal e no Brasil no século XVIII e XIX. Na nossa conversa, José comenta sobre o prazer de pesquisar sobre Brasil e sua relação com Portugal, sobretudo quando decidiu pensar sobre as reformas liberais e o impacto do fim do Antigo Regime nessas regiões. De acordo com o pesquisador, elementos culturais, geográficos e institucionais como a cultura política formada na Universidade de Coimbra, as práticas liberais cunhadas após o terremoto de Lisboa (1755) e o Estado de Polícia português conseguiram ultrapassar o processo traumático da separação entre Portugal e Brasil com a Independência e se instaurar na sociedade brasileira a partir de elementos cotidianos. Aliás, José compreende que é através do cotidiano e da Micro-História que é possível resgatar reflexões importantes sobre nosso passado e nossa Independência. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: José Subtil: Filme: Competição Oficial, dirigido por Mariano Cohn e Gastón Duprat (ESP, 2021).
[TdS]: Independência, escravidão e os impactos da política brasileira ontem e hoje (Sidney Chalhoub - Universidade Harvard)
23-04-2022
[TdS]: Independência, escravidão e os impactos da política brasileira ontem e hoje (Sidney Chalhoub - Universidade Harvard)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com o historiador Sidney Chalhoub, professor de História e de Estudos Africanos e Afro-americanos da Universidade Harvard e professor associado do Centro de Pesquisa em História Social da Cultura (CECULT) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). A principal área de pesquisa é a História do Brasil no século XIX, com publicações em temas tais como: história do Rio de Janeiro, abolição, escravidão, saúde pública, epidemias, literatura e Machado de Assis. Na nossa conversa, Sidney comenta sobre os elementos que estruturam a escravidão no Brasil pós independente e reflete como as leis relacionadas ao fim do tráfico de escravizados, ao invés de instaurar um marco de novas relações entre instituições e sociedade, passou a incorporar elementos que corrompiam a estrutura do nascente Império. A partir dessas considerações, o pesquisador faz uma análise conjuntural da estrutura de corrupção no Brasil até os dias atuais e menciona como acontecimentos políticos recentes, como o Impeachment da presidenta Dilma Rousseff e as ações da operação Lava Jato refletem, de muitas maneiras, nossa estrutura política há 200 anos. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: Sidney Chalhoub: Obras de Machado de Assis; Livro: A força da escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista (2012), de Sidney Chalhoub. Juliana Magalhães: Obrigas de Caio Prado Júnior. Sarah Correia: Livro: Machado de Assis - Historiador, de Sidney Chalhoub.
[TdS]: Os esquecidos no processo de Independência (Lúcia Bastos - UERJ)
16-04-2022
[TdS]: Os esquecidos no processo de Independência (Lúcia Bastos - UERJ)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com a historiadora Lúcia Bastos, professora titular de História Moderna no curso de graduação e no Programa de Pós-Graduação de História Política da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É especialista em cultura política, trabalho principalmente com os seguintes temas: Relações culturais, Independência, Imprensa, Ilustração, Liberalismo, livreiros, Cultura e Poder, Práticas de Poder, Intelectuais, censura. Na nossa conversa, Lúcia comenta sobre os indivíduos desconhecidos que participaram no processo de Independência através da imprensa, com a divulgação de panfletos e jornais produzidos na época. A pesquisadora apresenta a intensa atividade escrita de homens, mulheres e escravizados/as em defesa da separação do Brasil de Portugal ou da reinvindicação de concepções de "liberdade" escritos em forma de poemas, sonetos, orações e narrativas. As diferentes compreensões sobre os papéis sociais levaram indivíduos a partirem de ideias sobre autonomia pessoal em direção a construção das ideias de autonomia social, política, econômica e institucional. Ao fazerem isso, promoviam uma lenta e gradual construção de identidade como indivíduos independentes, que mais tarde seriam reconhecidos como brasileiros. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: Lúcia Bastos: Artigos: A “guerra de penas”: os impressos políticos e a independência do Brasil (Revista Tempo); Os esquecidos no processo de Independência: uma história a se fazer (Revista Almanack); Entre a lenda negra e a lenda dourada: Napoleão Bonaparte na ótica dos luso-brasileiros (Ler História); Educar é civilizar: a pedagogia dos periódicos e dos panfletos políticos da Independência do Brasil (1821-1824) (Revista História da Educação), de Lúcia Bastos. Livros: Corcundas e Constitucionais— A cultura política da Independência (1820-1822), de Lúcia Bastos; O Império do Brasil, de Humberto Fernandes Machado e Lúcia Bastos Pereira das Neves; Repensando o Brasil do Oitocentos : cidadania, política e liberdade, de José Murilo de Carvalho, Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves. Juliana Magalhães: Podcast Três Egiptólogues entram num bar; Sarah Correia: Brasil Imperial, documentário produzido pela Fundação Cesgranrio (Amazon Prime Video, 2022).
[TdS]: As províncias do Norte nas lutas de Independência do Brasil: O caso do Maranhão e do Grão Pará - Marcelo Galves (UEMA)
09-04-2022
[TdS]: As províncias do Norte nas lutas de Independência do Brasil: O caso do Maranhão e do Grão Pará - Marcelo Galves (UEMA)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com a historiador Marcelo Cheche Galves, professor do Departamento de História e Geografia da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e do Programa de Pós-graduação em História (PPGHIST) da mesma Universidade. É coordenador do Núcleo de Estudos do Maranhão Oitocentista (NEMO), membro da Rede Proprietas e atua nas áreas de História do Brasil e do Maranhão, no Oitocentos. Na nossa conversa, Marcelo comenta sobre o papel do Maranhão e do Grão Pará nas lutas de Independência do Brasil ao se manterem em oposição ao projeto de separação do Brasil de Portugal proposto pela capital Rio de Janeiro. Segundo ele, a adesão à Independência das duas regiões foi gradual, dado o avanço de forças paramilitares e a tentativa de controle dos territórios, incluindo a tentativa de tomada da ilha de São Luís pelo separatistas. Isso pode ser atestado através dos registros impressos que circularam durante o período, e os efeitos sentidos à posteriori, indicando que, embora a separação entre Brasil e Portugal tenha sido firmada, o sentimento lusitano perdurou no seio da sociedade maranhense. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: Marcelo Galves: Portal das Independências:  https://portaldobicentenario.org.br/; Dossiê "Qual Brasil? Projetos de nação em debate no contexto da independência brasileira", Revista Tophoi; Revista Almanack, n° 29 (2021); Juliana Magalhães: "Ao público sincero e imparcial": imprensa e Independência na província do Maranhão (1821-1826); O Maranhão Oitocentista, de Marcelo Cheche Galves; Sarah Correia: Blog das Independências: https://portaldobicentenario.org.br/independencias/.
[TdS] O Museu do Ipiranga e a construção da memória sobre Independência do Brasil (Cecília Helena Oliveira - USP)
02-04-2022
[TdS] O Museu do Ipiranga e a construção da memória sobre Independência do Brasil (Cecília Helena Oliveira - USP)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com a historiadora Cecília Helena Lorenzini de Salles Oliveira, professora titular do Museu do Ipiranga, também conhecido como o Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP). Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: relações entre história e memória, história política, Independência, história do Império e escrita da História em Museus. Na nossa conversa, Cecília comenta a reabertura do Museu Paulista que ocorrerá em setembro de 2022 (mês que marca os 200 anos de Independência),  e as novas perspectivas que serão apresentadas sobre a Independência do Brasil. Segundo a pesquisadora, o principal objetivo do Museu é convidar o visitante a construir os próprios sentidos da história brasileira a partir de sua realidade, tendo o Museu como mediador entre realidade e memória. Para ela, precisamos enfrentar as memórias boas e ruins sobre o passado da Independência do Brasil presentes no Museu para complexificar, aprofundar e incluir todos os sentidos do que é ser brasileiro. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: Helena Oliveira: Museu do Ipiranga - http://museudoipiranga2022.org.br; Revista Almanack 23 (2020) - https://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/issue/view/746. Juliana Magalhães: Museu da Cidade de São Paulo/ Solar da Marquesa de Santos - https://www.museudacidade.prefeitura.sp.gov.br/; Sarah Correia: Museu da Língua Portuguesa - https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/?gclid=Cj0KCQjw6J-SBhCrARIsAH0yMZjTLVOkloZLKZGjTBIKz71p9YBHaWoPR4pH_dTR_09EECt8j5rg1LsaAv2vEALw_wcB .
[TdS]: As biografias da Independência: As muitas vidas da Marquesa de Santos (Paulo Rezutti)
26-03-2022
[TdS]: As biografias da Independência: As muitas vidas da Marquesa de Santos (Paulo Rezutti)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com o escritor Paulo Rezzutti, arquiteto formado pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de São Paulo e pesquisador independente da História de São Paulo e do Brasil. É membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, do Instituto Histórico de Petrópolis e do Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos Goytacazes. Tem como principais interesses: História do Brasil no século XIX; biografias de personalidades públicas no Brasil. Na nossa conversa, Paulo comenta sobre a vida de Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos (1797-1867), conhecida por ter sido amante de Dom Pedro I (1798-1834). Em uma trajetória que envolve violência doméstica, defesa de interesses pessoais e familiares e grande habilidade diplomática, Paulo comenta como as ações de Domitila ajudaram diversos atores políticos paulistanos a se movimentarem no cenário nacional após a proclamação da Independência e durante os anos de permanência do Imperador no poder. Além da Marquesa, o escritor comenta outros personagens masculinos e femininos de destaque do período, dando ênfase no processo de humanização das vidas biografadas, entre erros e acertos. Além disso, Paulo comenta sobre o trabalho com a documentação que foi a base de seus livros e a relação que mantém com os historiadores. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: Séries: A Idade Dourada; Newsroom; Catarina, a Grande (HBO); Livros: Uma festa brasileira celebrada em Rouen em 1550. Prefácio e notas; Titília e o Demonão: Cartas inéditas de d. Pedro à marquesa de Santos; Domitila, a verdadeira história da marquesa de Santos; D. Pedro, a história não contada: O homem revelado por cartas e documentos inéditos; D. Pedro IV, a história não contada. O homem revelado por cartas e documentos inéditos; D. Leopoldina, a história não contada. A mulher que arquitetou a Independência do Brasil; Domitila, a verdadeira história da marquesa de Santos Edição revista e ampliada; Mulheres do Brasil, a história não contada; D. Pedro II, a história não contada; O Pássaro de Fogo e outros contos de fadas russos. Tradução e adaptação; Princesinhas e principezinhos do Brasil; Os últimos czares: uma breve história não contada dos Romanovs, de Paulo Rezutti; Youtube: https://www.youtube.com/c/PauloRezzuttiEscritor. Juliana Magalhães: Dicas: Dowton Abby (PRIME VIDEO; NETFLIX); Filmes de Pedro Almodóvar; Mães Paralelas, de Pedro Almodóvar (NETFLIX, 2022); Sarah Correia: Inventando Anna (NETFLIX, 2022).
[TdS]: Quem lucrou com a vinda da Família Real para o Brasil? (Carlos Gabriel Guimarães - UFF)
19-03-2022
[TdS]: Quem lucrou com a vinda da Família Real para o Brasil? (Carlos Gabriel Guimarães - UFF)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com o historiador Carlos Gabriel Guimarães, professor associado do departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF). Tem experiência na área de História, com ênfase em História Econômica do Brasil (Colônia e Império, séculos XVIII e XIX), atuando principalmente nos seguintes temas: estado, comércio, poder, economia e história econômica. Na nossa conversa, Carlos Gabriel nos conta sobre a influência dos agentes econômicos na estrutura do nascente Império Brasileiro. Segundo ele, barões do café e grandes comerciantes de escravos lucraram (e muito) com a vinda da família Real Portuguesa (1808-1822) devido a instalação das principais instituições governamentais na nova capital do Império (Rio de Janeiro), aumentando o volume de transações financeiras na praça do comércio. De acordo com ele, o que dá sentido a manutenção do Império pós 1822 são, entre outros fatores, os lucros advindos do tráfico de escravizados, ajudando a estruturar uma elite econômica que vem se reinventando até os dias atuais. O pesquisador também menciona o papel dos grandes latifundiários e a participação dos ingleses para a formação da estrutura econômica e financeira do Brasil no século XIX. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: Carlos Gabriel: Sobrados e Mocambos, de Gilberto Freire; Formação do Brasil Contemporâneo, de Caio Prado Júnior; O Tempo Saquarema, de Ilmar de Mattos; Visões do Paraíso, de Sergio Buarque de Holanda. Juliana Magalhães: Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda. Sarah Correia: Instagram Observatório do Negacionismo.
[TdS]: A Independência do Brasil é um tema atual? (João Paulo Pimenta - USP)
12-03-2022
[TdS]: A Independência do Brasil é um tema atual? (João Paulo Pimenta - USP)
Nesse episódio as historiadoras Sarah Correia (UFF) e Juliana Magalhães (Labeca - MAE/USP) batem um papo com o historiador João Paulo Pimenta, professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP). Atua principalmente nos seguintes temas: América portuguesa, séculos XVIII e XIX; Independência do Brasil e da América espanhola; Império do Brasil; questão nacional e identidades políticas; história do tempo histórico. Na nossa conversa, João Paulo comenta sobre as possibilidades de se compreender a independência através dos conceitos: nação, pátria e Estado. O pesquisador menciona que após a independência passamos a pensar um projeto de nação que incluía a elaboração de nossa identidade como brasileiros, e que os mitos advindos dessa elaboração precisam ser discutidos para reposicionar nossa noção sobre o papel dos personagens femininos e masculinos envolvidos no processo. João Paulo fala também sobre o quão importante é o tema para os dias atuais e como podemos, a partir da contemporaneidade, repensar nossa projeto de Nação perante o mundo e nós, brasileiros. Vem e deixa a teta te alimentar! Dicas: João Paulo: Livros: O livro do tempo: Uma História Social e Independência do Brasil, de João Paulo Pimenta. Juliana Magalhães: Filmes de Werner Herzog; Filme: Portuñol, de Thaís Fernandes (BRA, 2019); Podcast Vala de Perus. Sarah Correia: Filme: Instagram do Observatório do Negacionismo e Fahrenheit 451, de Ray Bradbury.