Diário de Paulo Pimont

Paulo Pimont

Reflexões quase diárias do meu dia-a-dia. Psicólogo de formação, Constelador Familiar, co-fundador do Instituto Ipê Roxo e criador do Homem Inteiro. Muito mais em https://occhio.bio/paulopimont read less
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Episódios

#66 Me pediram pra falar sobre pornografia.
01-05-2021
#66 Me pediram pra falar sobre pornografia.
Transcrição: Eu vou falar sobre dois aspectos aqui. Eu quero apenas trazer dois exemplos, duas imagens. Talvez os dois lados oposto da questão. Imaginem um casal, um casal comprometido um com o outro, seja da forma que forma que for, comprometido juntos. E e nesse caminho terminado o momento, eles utilizam da pornografia, que filmes pornográficos, pra juntos acessar a coisas, ideias, fantasias e trazer enriquecer pra a sua a experiência sexual. Um olha e diz: "uau, isso eu gostaria de tentar", o outro diz: "tá, mas essa outra coisa aqui, pra mim não dá". E assim, juntos, eles podem discutir e, inclusive, testar coisas novas na sua própria relação. Agora, do outro lado, dessa história, vamos falar de um cara, um cara que ele tá num relacionamento faz muito tempo já. Se casou-se aos poucos, como acontece em muitas relações, o desejo vai diminuindo. E aquilo que lá, desde a adolescência, já fez parte da vida dele, o uso da pornografia na sua masturbação, ele continua cada vez mais frequente com aquilo. Nunca compartilhou isso com a sua mulher. A mulher nunca quis saber. Um certo dia à noite eles voltam de uma festa e e ele sabe que apesar de não ter mais prisão nenhuma pela mulher, ele sabe que vai rolar alguma coisa e ele sente na obrigação. Então, ele vai até o banheiro com o seu celular. Ele abre um site de pornografia. E lá ele começa a se masturbar e a sentir uma ereção. Até o ponto então que ele já se sente excitado suficiente, sai do banheiro, pula na cama, ou alguma coisa assim e eles fazem sexo. Eu gostaria de trazer essas duas imagens pra vocês. Quando a gente fala sobre pornografia e masturbação. Existe um universo aqui. Quem disse isso está errado aquilo tá certo? Como eu posso dizer isso? Existem a coisas que vocês vão precisar como adultos, adultos, perceber, trazer a consciência. Isso tá Me aproximando de mim mesmo, me aproximando da minha parceira, do meu parceiro. Ou isso tá me afastando? Isso é a salvação pruma relação sem desejo mais, sem proximidade, sem intimidade sexual, sem transparência, sem honestidade é a salvação, porque afinal de contas eu amo essa pessoa, eu quero ficar junto com ela? Ou é apenas um remédio que alivia a dor? É um vício que eu não posso viver sem? ou é um recurso, um recurso pra me aproximar, pra crescer, pra descobrir coisas novas. Hum? Meu intuito aqui não é nem falar da indústria, da pornografia que é uma outra coisa, tá? Quem sabe em outro momento eu falo sobre isso também, mas reflita sobre isso. Grande abraço. Tchau, tchau.
#61 O sofrimento que me cabe
08-03-2021
#61 O sofrimento que me cabe
Transcrição: Esses dias eu tive um atendimento tão interessante e foi tão profundo. A pessoa veio gostaria de constelar uma questão. E aí quando eu perguntei sobre o que que acontecendo e ela, e ela logo falou sobre um divórcio e que ela tinha, estava casada há alguns anos, mas com a chegada da pandemia, o seu marido começou a a beber, começou a se alcoolizar e aí isso começou a dar um exemplo muito ruim pro seu filho, ela tinha um filho, de um outro casamento, ele tinha um outro filho, de um outro casamento e ela começou a ver a coisa se deteriorar cada vez mais, ele se tornar cada vez mais agressivo e chegou e o filho dele começava a aparecer também bêbado em casa, muitas vezes, e ela com o filho de oito anos, vendo aquilo acontecer e ela decidiu, tentou, tentou fazer com que ele pedisse ajuda, com o que mudasse e chegou um momento onde ela disse não dá mais. E ela estava sofrendo tanto agora mesmo isso aconteceu em novembro e agora ela é um sofrimento muito grande chorando bastante, sentindo aquela dor, sabe? E aí olhei pra ela e eu disse, tá tudo certo? Você fez tudo certo? Você fez o que devia ser feito pra se preservar, preservar o seu filho? Esse sofrimento, a dor que tu sente agora e toda essa confusão é absolutamente normal É o sofrimento que lhe cabe nesse momento. Querer fazer algo pra se livrar do sofrimento é o que justamente poderia trazer um problema sério na tua vida. Essa é a hora de sofrer, esse é o momento de viver a dor E quantas vezes nós não, nós não queremos viver a dor daquele momento a qual a dor pertence, a dor pertence aquele momento e a naquele momento que ela precisa ser vivida. Quando uma dor é calada através de uma procura de uma ajuda ou algo do tipo ou uma fuga também como como é a bebida e os vícios, por exemplo. Então, a gente fica com algo congelado dentro de nós, algo emperrado no caminho do nosso desenvolvimento e mais a frente nós vamos cair muitas vezes numa numa cilada muito parecida. Nós ficamos como que cegos pra uma situação muito parecida que surge de novo. Porque a gente não viveu a dor que a gente precisava viver no momento da Então, perceba muito bem que tem situações de perda, de luto, de separação que é necessário viver. A dor que lhe cabe nesse momento. Sabe, isso tem um aprendizado pra você que tá com mas também você talvez conviva com alguém que está sofrendo. E esse convívio, muitas vezes, a gente vê alguém que tá sofrendo e a gente quer logo consolar essa pessoa, quer tirar ela daquele sofrimento, não, não chora sim, olha pelo lado bom, olha isso, olha tiro? Não? Que tal se a gente começar simplesmente ficar ao lado da pessoa quando ela tá sofrendo? Olhar e dizer tá tudo certo com essa dor que você tá sentindo. Você pode sentir a dor que você se eu simplesmente vou tá aqui do teu lado. Eu não vou fazer nada pra te aliviar a dor. Apenas vou ficar aqui. Que tal?
#59 Como equilibrar o masculino e o feminino
01-03-2021
#59 Como equilibrar o masculino e o feminino
Transcrição: Muitas pessoas conhecem o meu trabalho com o masculino. Que eu sou um especialista na masculinidade, isso é verdade. E eu, muitas vezes, acabo falando muito mais sobre o masculino, que o feminino. Agora, é claro que, sendo você homem ou mulher, existe um nível de equilíbrio que você precisa encontrar dentro de você, dessas duas energias. Uma das principais características do masculino é a ação. A ação significa que é verdade que, por exemplo, a maior parte do seu dia, você passa realizando coisas, dando conta de tarefas, de trabalho, de fazer isso aquilo, também tem uma forma de encarar as coisas que você faz como um dever ou disciplina, isso tudo tem a ver com a energia masculina, você está no masculino, enquanto você está realizando coisas. Você vai pro seu feminino quando você dar dar espaço, abre espaço ou para, por exemplo, a meditação é um um movimento, digamos assim, feminino, é um parar, é um olhar pra dentro é um sentir, um auto avaliar-se, perceber autoconsciência, isso tudo faz parte do cinema. Então, se você quer equilibrar o masculino e o feminino na sua vida, você precisa colocar estrategicamente ao longo do seu dia períodos, momentos, nem que sejam pequenos curtos, cinco, dez minutos, tá? Um minuto, seja lá como for, de meditação, de parar, de contemplar um quadro, de uma paisagem ou simplesmente sentir a sua própria respiração. E o que acontece com você quando você faz isso? As suas energias são renovadas. Sabe? Há muito desgaste na ação, no fazer, fazer, fazer. Por mais que você sinta que existe resultado, porque uma das coisas que renovam as nossas energias são ver o resultado do nosso trabalho, não é verdade? Quando a gente vê resultado naquilo que a gente tá nós nos sentimos renovados nas nossas energias. Isso, muitas vezes, acontece. Só que é perigoso, às vezes, você trabalhar, vendo resultado. Então, você precisa estrategicamente pra renovar suas energias, durante o seu tempo, momentos de, entre aspas, feminino, que é o a hora de parar, sabe? A hora do almoço, é a hora do almoço, hora do exercício, é hora do exercício, mas também além disso, momentos de simplesmente respirar profundamente. Quando você faz isso, você está entrando em contato com o seu feminino. E é no feminino que nós renovamos as nossas energias. É no feminino que a gente ah restabelece dentro de nós a a nossa direção, o nosso foco para a ação, tá bom? Grande abraço.
#57 Comemore seus fracassos
12-02-2021
#57 Comemore seus fracassos
Transcrição: Comemore seus fracassos. E se eu lançasse essa ideia doida pra vocês agora? Parece meio que do nada, né? Como assim, comemorar meus fracassos, Paulo? Não é, no fracasso não é pra gente não é pra gente se entristecer e sim eu, eu, eu não tô sugerindo aqui que você fique feliz com o seu fracasso no sentido de se alegrar com ele. Ah viva suas emoções, se algo realmente errado acontece, as coisas daquilo que eh estava nos seus planos, você pode se entristecer, fique com raiva, chute a parede, seja lá o que for que você tiver que fazer, faça. Mas eu gostaria de te passar uma outra visão a respeito fracasso, né? Porque o fracasso, de verdade, é o nosso melhor professor, ninguém chega a algum lugar, algum propósito, ao sucesso, à conquista, sem ter passado por derrotas, ninguém consegue chegar e desenvolve com destreza, com maestria, uma atividade sem errar muito no caminho, lembre de que dizia que não, eu não temo o cara que conhece, sabe fazer dez mil golpes. Eu temo o cara que te treinou dez mil vezes com um golpe só. Ou seja, tantas vezes ele fracassou e fracassou e corrigiu e fracassou. Ele errou, errou e corrigiu e corrigiu e corrigiu. E assim ele olha pras fracassos, pras tentativas, pra aquilo que não deu certo e avalia o que e o que não deu, aonde melhorar, aonde ele precisa testar algo novo, ó, isso aqui não tá dando certo, vou testar sim, vou testar assado, testar, testar, testar, errar, errar, errar, fracassar, fracassar, fracassar, tá? Quando eu começo a perceber que a vida é mais cheia de fracassos do que de vitória eu posso trilhar um caminho de depressão, de ah, sabe? Eu sou o fracassado, muitos trilham esse caminho e claro, existem muitas coisas aí por trás. Talvez você se diga, enquanto você tiver nesse lugar de fracassado? Então você não vai crescer pra lugar nenhum, você não vai se desenvolver. Agora, quando você começa a olhar o fracasso por aquilo que ele é, pela oportunidade de crescimento que ele tá te trazendo? Ah, Aí, você começa a comemorá-lo. Sim, você começa a comemorá-lo. E eu lembro de uma história que dizem por de Jung, que quando um amigo dele chegava dizendo, fui promovido, ele disse, olha, calma, mas vamos esperar isso juntos. Eu vou te ajudar. E quando o um chegava pra ele e dizia, ah, minha mulher me largou e tal. Ele disse, vamos abrir um champanhe. Algo de boa vai surgir na sua vida. Sabe disso que eu tô falando quando eu digo, vamos comemorar o fracasso, porque o fracasso de verdade é o nosso melhor professor, é ali que nós durante o fracasso quando nós encaramos o fracasso como uma oportunidade, como algo que tem pra nos ensinar, uma oportunidade de crescimento, nós vemos a riqueza que há nele, a riqueza que há nele. E aí, nós começamos a valorizar muito mais os feedbacks negativos do que os positivos. Valorizar no de comemorá-los de verdade. Não evitá-los, não querer dar sempre certo, quem quer dar sempre certo, quem quer, quem se torna alguém que não quer errar, que tem medo do fracasso, acaba fracassando inespera é pego completamente de surpresa, mas já que ele coloca o fracasso ao seu lado, começa a caminhar esse cresce, esse de verdade se torna imparável, não porque não cai, mas porque sempre ele se levanta e continua né? Grande abraço.
#55 Brigamos na frente dos filhos
07-01-2021
#55 Brigamos na frente dos filhos
Transcrição: Então, nós brigamos na frente dos filhos. Dias atrás, ah, eu e a minha esposa tivemos uma briga e meus filhos não necessariamente presenciaram o o assunto que a gente tava falando, porque eles tavam numa outra, num outro lugar, mas eles viram que a gente tava brigando, que a gente tava discutindo feio e logo depois disso ah eu saí com o Theo pra gente ir no mercado aí ele me perguntou, né? Ele me perguntou, "pô, cês tavam brigando?" E aí, eu disse, "sim, filho, nós estávamos brigando, eu e a sua mãe, nós somos pessoas bem diferentes e a gente não concorda e muitas coisas tem coisas que tem muitas coisas que nós não não concordamos que temos opiniões a respeito." "Ah, mas vocês não deviam brigar desse jeito", daí eu disse, "bom, tu e a tua irmã, vocês não brigam direto também?" Ele, "é, mas a gente é criança." É, é verdade. É verdade. As vezes, de verdade são as crianças entre nós, não é? Eu acho que isso ficou bem claro que quando a gente briga pelo menos daquele jeito que a gente brigou, eh a criança, apegada a coisas que não quer mudar ou a criança dentro de nós que espera que o outro diferente, que supra as suas expectativas. Esse é o nosso lado infantil, é verdade. E quando isso acontece na frente das crianças ou perto das crianças, eles tão condenados agora, nossos filhos? Não, muito pelo contrário, nossos filhos eles tão condenados a repetir a nossas questões quando a gente não trata das nossas questões, quando a gente não se permite realmente olhar, olhar praquilo que tá por trás das nossas questões, das nossas dificuldades, sermos abertos, inclusive eles. Eu não preciso abrir com meus filhos um motivo na nossa briga e da nossa discussão. O que é que a gente não tem? E é muito interessante porque o Theo não perguntou qual era o assunto da nossa briga. Ele queria saber porque que a gente estava brigando a gente precisava brigar daquele jeito que a gente tava brigando, ele não queria saber do assunto, as crianças são muito saudáveis, não são? Eles nunca precisam saber porque a gente tá brigando, mas eles precisam saber que existe um jeito discutir, existem brigas, existem dificuldades, existem diferenças e que a gente tá trabalhando, a gente tá trabalhando pra se acertar e que as brigas as vezes são necessárias, são necessárias, uma boa briga esclarece as coisas, como diz o meu autor favorito, Robert Bly, hein? Uma boa briga, esclarece as coisas.