Bolsonaro e os sentidos da necropolítica

O Assunto

27-06-2022 • 24 min

Diante das centenas de milhares de vidas brasileiras perdidas na pandemia, normalização e deboche. Em resposta à tortura e morte de um cidadão por policiais rodoviários federais, desconversa. Nos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Philips, responsabilização das vítimas. Três exemplos da política de violência sistêmica que “glorifica a morte como espetáculo” e teve seu nome cunhado pelo filósofo camaronês Achille Mbembe. Para entender o fenômeno e como ele se impôs entre nós, Renata Lo Prete recebe neste episódio Silvio Almeida, professor visitante de Direito da Universidade de Columbia e presidente do Instituto Luiz Gama. Ele explica os traços comuns a esses e outros casos ocorridos sob “um governo que sabe operar os instrumentos de morte de maneira muito eficaz”. Para Silvio, a superação da necropolítica passa por um reordenamento em que “fome e miséria não sejam mais toleradas”, paralelamente à valorização de serviços fundamentais para a vida (como o SUS) e ao estabelecimento de políticas culturais que resgatem o “significado simbólico” dos que partiram.