Alvo de uma PEC em tramitação no Congresso e plataforma de campanha vitoriosa nas eleições municipais, o assunto mobilizou trabalhadores nas redes sociais, ganhou musculatura nas últimas semanas e despertou reações divergentes nos meios político e empresarial. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, o jurista e professor de Direito do Trabalho, da USP, Jorge Souto Maior, considera importante que o tema tenha surgido e ganhado força de forma espontânea. Explica que constitucionalmente a jornada máxima do brasileiro é de 8 horas/dia e 44 horas semanais, mas na prática do empregador, ela se torna o mínimo normal. O jurista defende a redução para 36 horas. Argumenta que os acidentes de trabalho que resultam em morte ou amputação, são fruto de jornadas excessivas em um ambiente de trabalho agravado pela pressão psíquica e o medo permanente da perda do emprego. Na opinião do professor, o governo Lula deve abraçar a causa. Sobre os inúmeros argumentos contrários, entre eles o desemprego, Jorge Souto Maior defende que é preciso insistir na pressão para aprovação da PEC porque os direitos trabalhistas conquistados ao longo da história sempre enfrentaram, cada qual a seu tempo, resistências do empresariado.