Em seu livro "Sobre o autoritarismo brasileiro", de 2019, Lilia Schwarcz escreve o seguinte trecho: 'A história costuma ser definida como uma disciplina com grande capacidade de "lembrar". Poucos se "lembram", porém, do quanto ela é capaz de "esquecer". Há ainda quem caracterize a história como uma ciência da mudança no tempo. Quase ninguém destaca, no entanto, sua genuína potencialidade para reiterar e repetir. Para os ouvidos de um psicanalista, as omissões, os esquecimentos, repetições e distorções são elementos que invariavelmente compõem as narrativas que os sujeitos nos contam sobre si mesmos. Mas de que forma um país pode narrar a sua história? Que conteúdos nossos livros escolares ainda não conseguem nos contar? Que sutilezas afinam ou desafinam a escuta de um historiador? Como ele poderia nos ajudar a identificar nossos sintomas enquanto sociedade? Para conversar conosco sobre o tema “Democracia e Autoritarismo” convidamos a historiadora Lilia Schwarcz e o psicanalista Cláudio Eizirik.