Arquicast 224 - Pritzker 2024: Riken Yamamoto
A arquitetura contemporânea está em constante busca por inovação e relevância social, nesse contexto, o arquiteto japonês Riken Yamamoto, vencedor Prêmio Pritzker de 2024, é celebrado não apenas por sua habilidade técnica, mas também pelo seu profundo engajamento comunitário e seus esforços em projetos de reconstrução após desastres naturais, transformando essa jornada em legado para jovens profissionais. Sua trajetória na arquitetura é marcada por influências profundas e uma visão humanista que permeia suas obras.
Yamamoto nasceu em uma casa de estilo machiya japonês, onde a integração entre espaços públicos e privados era intrínseca ao ambiente. Essa experiência formativa moldou sua compreensão precoce da importância da comunidade na arquitetura. Aos 17 anos, durante uma visita ao Templo Kôfuku-ji, ele foi profundamente impactado pelo Pagode de Cinco Andares, uma experiência que despertou sua paixão pela arquitetura e influenciou sua abordagem futura ao design. Esses momentos fundamentais na vida de Yamamoto revelam a influência da cultura e da história japonesa em sua visão arquitetônica.
Durante suas viagens pela costa mediterrânea e pelas Américas, Yamamoto absorveu uma variedade de influências culturais e arquitetônicas que enriqueceram sua prática. Desafiando a prevalência das casas unifamiliares no Japão, ele propôs alternativas que privilegiam a comunidade e a coletividade. Após o devastador Terremoto e Tsunami de Tōhoku em 2011, Yamamoto demonstrou seu compromisso com o serviço à comunidade, fundando institutos e iniciativas para ajudar na reconstrução e recuperação das áreas afetadas.
O projeto "HOME-FOR-ALL", uma iniciativa voluntária co-fundada por Yamamoto, desempenhou um papel crucial na reconstrução de residências para aqueles que perderam tudo no desastre. Esse aspecto humanitário de sua prática reflete sua crença no poder da arquitetura para transformar vidas e promover o bem-estar social. O legado arquitetônico de Yamamoto transita entre a interação dos espaços e a acessibilidade, entre o engajamento dos usuários e dos transeuntes, contribuindo para o enriquecimento das comunidades locais onde estão inseridas. Seu compromisso com a inovação com o design centrado no ser humano o coloca como uma figura inspiradora, fator considerado pelo júri na premiação.
Se quiser saber mais sobre a premiação desse ano, não deixe de ouvir o episódio completo do Arquicast. Além das informações comentadas acima, o programa ainda conta com uma versão em vídeo disponível no YouTube. As polêmicas não ficaram de fora da edição, sobretudo quando o assunto foi sobre a opção do júri em dar visibilidade também à produção japonesa contemporânea. Participe dessa conversa ouvindo o episódio. Bom cast!